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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Numerologia da Formula 1: número 5 parte 5: O Red Five


Nigel Mansell entrou pela primeira vez em um carro com o numeral 5 estampado no ano de 1985, quando trocou a Lotus pela Williams. Naquele ano, venceu seu primeiro GP, no GP da Europa disputado em sua casa, em Brands Hatch. No ano seguinte, para que pudesse reconhecê-lo com mais facilidade, a equipe pintou o número de vermelho, enquanto manteve branco o numeral de seu companheiro de equipe, Nelson Piquet. Assim, o Leão tornava-se o “Red Five”, um dos personagens mais curiosos da Fórmula 1.
O Leão sustentou o Red Five por 3 temporadas: de 1986 a 1988. Nos dois primeiros anos, algo entre o azar e a estupidez: Mansell era extremamente rápido, porém sofria quebras ou aprontava algo que lhe tirava preciosos pontos. Tanto que depois de alguns anos, após perder estes dois campeonatos (o de 1987 para seu companheiro Piquet), um repórter perguntou ao brasileiro qual a diferença entre os dois. Veio então a pérola: “Eu gosto de tênis, ele gosta de golfe. Eu gosto de mulher bonita, ele gosta de mulher feia. Eu venci 3 campeonatos mundiais e ele perdeu 3”. Este terceiro foi perdido em 1991, após Mansell retornar ao “Red Five” depois de dois anos na Ferrari.
Mas se Mansell deu todas as chances do mundo ao azar por 3 vezes, a próxima chance teria que ser aproveitada. E se em 1991 o carro era veloz, mas pouco confiável, em 1992 os problemas estavam resolvidos. Azar da concorrência. Mansell estabeleceu um verdadeiro massacre no início da temporada: Triturou o recorde do ano anterior de Ayrton Senna, de quatro vitórias nas 4 primeiras provas. Foram 5 vitórias logo de cara, Kyalami, Cidade do México, Interlagos, Barcelona e Ímola. Assim, sem concorrência, a ponto de Ayrton Senna, o então campeão, andar cabisbaixo e desolado nos boxes. E o massacre teria sido maior se Mansell não fizesse das suas: Em Mônaco, perdeu a concentração e tocou o guard rail, o que o fez parar nos boxes, deixando a liderança para Ayrton Senna, que venceu após um belo duelo. No Canadá, uma batida desnecessária tirou o inglês da corrida, dando a vitória a Gerhard Berger. E foi esse o refresco dos adversários, pois em Magny Cours, Silverstone e Hockeinheim ele voltou a emplacar sua série vitoriosa.

Ayrton Senna chegou a declarar que o carro era de outro planeta, e que correria até de graça, o que gerou muita polêmica. Mas isso não vem ao caso, e Mansell chegou à 11ª etapa com chances de se sagrar campeão com 5 corridas de antecedência. E sem se esforçar, com um segundo lugar, o Leão impôs o primeiro grande massacre em uma temporada. Após um segundo lugar na Bélgica e um abandono na Itália, Mansell venceu sua última corrida no “Red Five” no GP de Portugal. Não terminou no Japão e bateu com Senna na Austrália. Mas infelizmente, o destino do Leão já estava traçado para o ano seguinte: A Renault queria um piloto francês para continuar fornecendo motores à Williams, e o inglês foi, injustamente dispensado, justamente após conquistar seu grande objetivo.
O “Red Five” no outro lado do Atlântico
Se na F1 não havia mais espaço para Mansell, o inglês foi juntar-se à ídolos do passado da Fórmula 1: Foi contratado pela equipe Newmann-Haas para correr ao lado de ninguém menos do que Mario Andretti. O Leão voltou a ostentar o 5 vermelho em um carro, e conseguiu chegar vencendo logo na estreia, em Surfer’s Paradise.  Estreou o muro de um oval logo na corrida seguinte, em Phoenix. Após dois terceiros lugares, emplacou, a partir de Milwaukee, pegas sensacionais com Emerson Fittipaldi, seu principal concorrente. E foram 5 vitórias, sendo 3 delas em ovais (Michigan, Loudon e Nazareth) que o “Red Five” repetiu o feito do ano anterior.  Uma pequena recompensa para tantos anos de azares e injustiças.

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