Falando de Corrida

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Prateados e touros, ou vice-versa - os campeões saem dessa briga


É amigos, faltam só seis corridas e fica cada vez mais evidente o contorno da real briga pelo campeonato: Webber x Hamilton e RBR x McLaren.

Se os touros demorarem a priorizar o australiano correm sério risco de perder a ponta de maneira definitiva. Não penso que tenha sido um erro deixar a briga em aberto dentro da equipe, mas hoje está claro que Vettel ainda não está maduro. Sua postura lembra muito a de Hamilton em 2007 e não precisamos voltar muito no tempo pra nos lembrar como tudo terminou. Webber hoje é não só maduro, como constante e extremamente forte mentalmente, coisas que fazem toda a diferença e faltam ao alemão neste campeonato.

Na McLaren, Hamilton se sobressaiu de vez a Button, e não só por incompetência deste, que tem sofrido toda a sorte de infortúnios desde Silverstone, culminando no destastre de Spa. Com isso, os prateados devem se posicionar logo, não só para não repetir o erro já citado acima, mas também para evitar uma possível consolidação do melhor carro, que pertence a RBR - se bem que quanto a esta afirmação cabe-nos ressaltar que devemos observar como os touros resolverão suas equações de desempenho com a diminuição da flexibilidade na asa dianteira, algo que já os complicou em Spa. Tal embate e posicionamentos devem resolver a briga das equipes também, mesmo que neste quesito a Ferrari ainda corra por fora.

Em Maranello temos um capítulo a parte. Se é claro que Alonso tem rendimento melhor em treinos, também não se pode esquecer da regularidade que Felipe apresenta nas provas, principalmente com pneus duros. Não estou questionando as estratégias, apenas pontuando que, jogos de equipe a parte, o desempenho dos dois ainda está bem parelho na disputa do campeonato. Se realmente o ocorrido na Hungria fizer com que a Ferrari perca os pontos na tabela dos construtores, como muitos esperam, teria sido melhor focar na equipe e não em manter Alonso na briga, correndo inclusive o risco de ainda "desmotivar" Massa.

Como os rossos historicamente andam bem em Monza, tudo indica que daqui a duas semanas teremos uma briga ainda mais apimentada. Sorte a nossa.

domingo, 29 de agosto de 2010

Spa, sempre Spa!


Eu sou daqueles que fica o ano todo esperando a Fórmula 1 chegar em Spa, um circuito para lá de original, construído sem nenhuma ajuda de um computador. E nunca me decepciona esperar por esse GP sempre fantástico. Na largada, Mark Webber, que havia feito um verdadeiro milagre ao cravar a pole na frente das McLaren, acabou ficando. Caiu para sétimo e viu Hamilton e Button sumirem na ponta. Mas logo no início a chuva deu as caras, já causando confusão: Na entrada da reta muita gente quase foi reto. Rubinho só não foi totalmente porque achou o carro de Fernando Alonso pelo caminho, e terminou ali sua 300ª participação na Formula 1. Alonso aproveitou para colocar pneus intermediários, enquanto o Safety Car entrava. Mas a escolha não ajudou: logo que o Safety saiu, a pista secou e Alonso teve que voltar para colocar pneus lisos de novo. Enquanto isso, Webber já havia recuperado a posição sobre Felipe Massa, que tinha dificuldades em aquecer os pneus. A chuva deu uma sumida, assim como Lewis Hamilton, que abriu vantagem sobre Jenson Button, seguido de Vettel, Kubica, Webber e Massa. E ficou assim durante um bom tempo, até que Vettel tentou passar Button na chicane que traz para a reta e errou, tirando o inglês da corrida. Pior para Button, que perdeu a chance de marcar bons pontos. Melhor para Kubica e Webber, que aproveitaram ganhar posições e pontos, consequentemente. Para Webber, bons pontos, aliás. Enquanto isso Alonso ganhava posições, e belas ultrapassagens aconteceram ao longo da prova. A chuva voltou, e Ao parar para trocar pneus, Kubica errou o ponto de parada, prejudicando seu pit stop e cedendo o seundo posto para Webber, que a essas alturas era quem mais tinha lucrado. Felipe Massa vinha no quarto lugar, levando sua Ferrari no máximo que podia. E faltando pouco para o final, Fernando Alonso, que vinha se recuperando bem e já ocupava o nono posto, rodou sozinho e abandonou a prova, em um fim de semana que se anunciava para ele na sexta feira.

O safety car entrou novamente, e entrou para os boxes faltando duas voltas, mas nada mais mudou, ficando da seguinte forma:

1- Lewis Hamilton (McLaren/Mercedes)

2- Mark Webber (Red Bull/Renault)

3- Robert Kubica (Renault)

4- Felipe Massa (Ferrari)

5- Adrian Sutil (Force India/Mercedes)

6- Nico Rosberg (Mercedes)

7- Michael Schumacher (Mercedes)

8- Kamuy Kobayashi (BMW Sauber/Ferrari)

9- Vitaly Petrov (Renault)

10- Jaime Alguersuari (Toro Rosso/Ferrari)


Vale destacar a corrida de Adrian Sutil que cada vez mais tem provado seu talento, assim como Kobayashi e Alguersuari, mas uma vez terminando nos pontos. É a nova Fórmula 1 nos velhos templos, que mostram que a tecnologia empregada na construção dos novos autódromos não é o suficiente para proporcionar grandes momentos.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Fim de semana agitado em Interlagos


Em mais um belo fim de semana de sol (onde mal dava para perceber que estamos no inverno), o Itaipava GT Brasil mostrou seu show em Interlagos, na nona e na décima etapa. A categoria (que diga-se de passagem tem crescido cada vez mais), mostrou todo o talento dos pilotos em dois dias de muito show e algumas surpresas. Na etapa do sábado, a dupla Daniel Serra/ Chico Longo dominou a corrida, confirmando o favoritismo e vencendo a dupla que veio em seguida por nada mais nada menos do que 10 segundos. Claro que a dupla se beneficiou também pela belíssima briga de Allam Khodair e o líder do campeonato (em dupla com Matheus Stumpf) Valdeno Brito. Khodair aliás fez uma bela ultrapassagem sobre o "Expresso da Paraíba" na saída do "S" do Senna, devido ao problema que forte Ford GT encontra com o desgaste de pneus. Melhor para os Lamborghini, que além de contar com um ótimo desempenho ainda levam essa vantagem de gastar menos pneu do que o Ford GT.

Na segunda etapa, no domingo, a surpresa foi amarela: Depois de passar a maior parte da corrida na segunda posição, a dupla Rafael Derani/Claudio Ricci aproveitou um problema nos freios de Valdeno Britto e venceram pela segunda vez na temporada. Os atuais campeões não venciam desde o começo do ano em Curitiba, e mostraram que mesmo com um carro muitas vezes inferior ao da concorrência, o talento consegue prevalecer. A equipe CRT saiu animada de Interlagos, mesmo com a dupla Longo/Serra terminando próxima, a apenas 1,7 segundos. Mesmo com os problemas, a dupla Britto/Stumpf conseguiu fechar a décima etapa em terceiro, o que permitiu que eles continuassem na ponta da tabela. O GT Brasil volta em 12 de setembro, em Nova Santa Rita para mais uma rodada dupla, com mais emoções (e quem sabe) mais surpresas!

sábado, 7 de agosto de 2010

Pilotos & oportunidades


Olhando mais a fundo e relembrando o passado da Formula 1, podemos encontrar muitos talentos desperdiçados e campeões sem muito brilho. Exagero? Quem fala de John Surtees ou Danny Hulme como grandes campeões? E quantos lamentam o fato de Ronnie Peterson e Gilles Villeneuve nunca terem sido campeões. Tiveram sim, suas oportunidades, mas não souberam aproveité-las como se fossem as últimas. Como Jenson Button fez no ano passado e Mark Webber vem tentando este ano. O fato é que às vezes por um motivo ou outro um piloto não percebe que se deixar passar, talvez essa chance não apareça nunca mais. Nigel Mansell foi um caso de sorte: mesmo jogando a chance fora por duas vezes, ainda apareceu uma terceira, onde não havia chance de perder. Esse caso me lembra Rubens Barrichello. Muitos disseram que sua grande chance foi na Ferrari. Outros disseram que não, pois lá tinha Schumacher. Aí veio 2009. Rubens estava quase fora da F1 quando Ross Brawn o chamou para integrar a única equipe da história a vencer o único campeonato em que participou. E não tinha Schumacher. E o campeão foi Jenson Button. Simples assim.

Agora estamos em 2010, Rubinho vem fazendo um grande trabalho na Williams, mas de minha parte acho difícil que a equipe venha a lutar por um campeonato a curto prazo. Não tem um grande fornecedor de motores e a grana anda meio curta. Um bom carro é tudo o que falta a Rubens para ser campeão, pois motivação ele tem de sobra, mas talvez esse carro não chegue mais, o que é uma pena. Na Hungria Rubens fez o que deveria ter feito uns 10 anos atrás, e Schumacher? Bom, este resolveu aproveitar uma grande oportunidade: de destruir todos os números conquistados na sua brilhante carreira, de provar para todo mundo que talvez não tenha sido o melhor de todos, que poderia sim, ter perdido para Rubens se a Ferrari tivesse permitido. Mas ele aproveitou sete oportunidades de colocar o seu nome na história. E aí, não ser o melhor em 2010 talvez não faça tanta diferença.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Domingo é dia de...


Aproveitar uma manhã de sol e ir ao zoológico, mesmo com Formula 1 na TV. Claro, porque fiquei revoltado com Hockeinheim, quando acordei cedo e ainda perdi a manhã toda para ver aquela palhaçada. Não se tratou de um protesto (embora muitas pessoas tenham feito o mesmo) e o mais interessante foi ver que, nos bares e padarias onde normalmente os televisores se encontram ligados na corrida naquele horário estivessem em outros canais ou simplesmente desligados. Na loja de conveniência do posto Shell, havia uma TV ao lado de uma enorme foto do carro de Felipe Massa. E adivinha? Também desligada. A burra insensatez de Hockeinheim acabou gerando frutos negativos, visíveis ainda uma semana depois. Mas, mesmo com os televisores em "Off", aconteceu bastante coisa em Budapeste. Primeiro Vettel largou bem, o que dificilmente acontece. Segurou Webber e Alonso, que logo na largada deixou o australiano para trás. Como lá se decide quase sempre na largada, ninguém esperava muita coisa da prova. Até que uma peça do carro de Vitantonio Liuzzi se soltou e causou a entrada do safety car. Webber decidiu não entrar nos boxes, em uma estratégia que parecia arriscada. Vettel acabou punido com um drive trough por não manter uma distância segura, e aí sim, a corrida foi decidida. Webber abriu distância suficiente de Vettel e Alonso e mais uma vez, aproveitou a boa oportunidade para vencer a prova. E tem mostrado realmente sorte de campeão: Além de terminar à frente de Vettel, Lewis Hamilton abandonou com problemas no câmbio e Button não passou do oitavo lugar, o que devolveu ao australiano a liderança do campeonato. O GP terminou da seguinte forma:


1 - Mark Webber (Red Bull/Renault)

2 - Fernando Alonso (Ferrari)

3 - Sebastian Vettel (Red Bull/Renault)

4 - Felipe Massa (Ferrari)

5 - Vitaly Petrov (Renault)

6 - Nico Hulkenberg (Williams/Cosworth)

7 - Pedro de la Rosa (BMW Sauber/Ferrari)

8 - Jenson Button (McLaren/Mercedes)

9 - Kamui Kobayashi (BMW Sauber/Ferrari)

10 - Rubens Barrichello (Williams/Cosworth)


Valem mais alguns destaques: Kamui Kobayashi vindo du fundo e terminando nos pontos mais uma vez, mostrando todo o seu talento e velocidade e a briga do Rubinho com o Schumacher, onde depois de todos esses anos o brasileiro resolveu dar o troco. Apenas por um décimo lugar, e, acredito eu, um pouco tarde. Deveria ter feito 10 anos atrás.