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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

À Seb o que é de Seb


Sebastian Vettel é assim: Senta no carro, acelera, grita, vibra, agradece ao time. Ajuda a desmontar os boxes como qualquer funcionário, corre para a galera, abraça, conversa e ri. Mesmo depois de mais um recorde. Claro, se dá ao luxo de vencer desobedecendo ordens da equipe, ninguém é perfeito. É um piloto adorável, à moda antiga, na pista, é incontestável.  Mas há quem o conteste. Mas essa contestação,é merecida?
Sebastian Vettel chegou na Fórmula 1 como um piloto qualquer. Um jovem piloto de 19 anos que correu o GP dos USA para substituir Robert Kubica, que havia sofrido o espetacular acidente de Montreal. Seb pontuou logo de cara e foi chamado para ser titular na Toro Rosso no lugar do americano Scott Speed, que não apresentava resultados satisfatórios. Seb ainda festejou um quarto lugar na China, e no ano seguinte venceu o GP da Itália. No ano seguinte, estava na Red Bull, disputando o mundial, do qual foi vice. Mas por que estou repassando a carreira de Seb? Simples: Não são poucos aqueles quem depositam apenas no carro os méritos das últimas 4 temporadas de sucesso do jovem alemão, o que não é nem um pouco justo.
Vettel chegou à F1 como um qualquer, mas o que mostrou logo de cara foi diferente. Chegou como titular à desacreditada Toro Rosso, irmã mais nova da média Red Bull, até então conhecida apenas como a equipe das festas, das quais os resultados eram diametralmente opostos. Mesmo contando com David Coulthard e Mark Webber (rápidos e experientes) o time não decolou nem mesmo com a chegada de Adrian Newey, no final de 2005. Mas por que mesmo com Newey o time demorou a mostrar força? Faltava o fator Vettel.
Um piloto não tem que ser bom somente no volante. Um bom piloto também não faz um carro. Um bom piloto faz uma equipe. Como Schumacher fez a Ferrari, como Nelson Piquet fez a Brabham, como Ayrton Senna fez a McLaren, como Niki Lauda fez a Ferrari. E Como Vettel faz a Red Bull.
Não é coincidência que o time rubro-taurino tenha chegado ao ápice com a entrada de Seb. Que ele tem um bom carro,é inegável. Mas se o carro é tão superior, por que não sofre concorrência tão acirrada de seu companheiro? Os críticos juram que é por que a equipe não permite. Sendo assim, em 2010 todos sabem que Vettel esteve atrás de seu companheiro na maior parte do campeonato. Aliás, faltando 3 corridas, Webber era o favorito, mas acabou superado por Vettel. Na pista, no braço. Sem contestação.
Vettel conquistou aos 26 o que nem pilotos como Schumacher, Prost e Senna conseguiram tão rápido. Mostrou um amadurecimento psicológico maior que o de seus rivais (vide Lewis Hamilton) e mantém-se firme em seu foco, mesmo divertindo-se por fazer parte da Fórmula 1. Mesmo sem querer, são atitudes que desestruturam seus adversários, semideuses tão sisudos em um esporte tão coxinha. É aquele a quem um dia todos apontarão e dirão: “Um desses faz falta”.
Desdenhar o passado de Vettel e justificar o presente pelo carro é uma tremenda injustiça. Claro, o carro é um fator de suma importância em um título. Mas sem um grande piloto, não existe uma grande equipe. Mark Webber é a prova viva de que não basta um bom carro para ser campeão. Essa aura é só para os grandes. E essa aura é de Seb. E à Seb, o que é de Seb.

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