Falando de Corrida

Novidades, lembranças e curiosidades do nosso esporte a motor

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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Espera ansiosa


Ontem a página oficial do Itaipava Indy 300 no Facebook postou um vídeo com os testes do carro 2012 em Indianapolis. Design muito bonito, futurista, e um passo atrás que todo mundo queria: motor turbo. A Indy vem lutando para recuperar o prestígio de antigamente (leia-se metade dos anos 90), quando chegou a ameaçar a hegemonia da Formula 1 na mídia internacional. Quando a categoria se dividiu, os fãs fizeram a mesma coisa, e a maioria foi para algum lugar quando a categoria se reunificou em 2008. Como os americanos não são bestas, foram buscar na opinião do público, pilotos e equipes o que tornaria a categoria mais interessante. Surgiu então este novo carro, com detalhes interessantes a se destacar:
1 – Aerodinâmica: A aerodinâmica do Indy 2012 segue uma Fórmula simples e eficiente, sem deixar os carros feios como aconteceu na Formula 1 (até hoje não me acostumei com o enorme aerofólio dianteiro e o pequeno traseiro, que até hoje não cumpriram a proposta de melhorarem as ultrapassagens). O novo Indy tem um desenho que lembra os carrinhos da linha Hot Wheels, com linhas bem elaboradas e criadas para eliminarem a turbulência de quem vem atrás, além de aumentarem a zona de vácuo. As rodas traseiras não estão mais totalmente abertas, foi instituído uma espécie de “pára-lama” que faz com que o ar chegue mais “limpo” para quem vem atrás, o que significa maior número de ultrapassagens.  Pode ser estranho em monopostos, mas chamo isso de evolução inteligente.
2 – Fabricantes: Apesar de o chassi permanecer monomarca (Dallara), outros fabricantes irão fornecer os kits aerodinâmicos, como Lola e Penske. Acho atrativo e positivo, pois nenhuma vai querer ficar para trás, o que vai significar disputas dentro e fora da pista.
3 – Os motores: Chega de motores aspirados de um único fornecedor. A Honda continua entre os fabricantes, porém agora ao lado de duas lendas do automobilismo: a Chevrolet (Não sei se alguém discorda, mas para mim, Chevrolet e Indy deveriam nunca ter se separado) e a Lotus, que está mais animada do que nunca. Soma-se a isso o fato de o motor ser turbo, com um som que equivale a um solo de Jimmy Hendrix para os aficcionados.
 Com tudo isso, só aumentou minha ansiedade para a próxima temporada. A expectativa de reviver bons tempos com certeza será correspondidas, já que agora os grandes pilotos terão grandes carros. Que venha 2012!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Kimi (felizmente) está de volta


Kimi está de volta. O grande Kimi está de volta. Não que a F1 fizesse falta para ele, afinal ele se divertiu mundo afora enquanto esteve longe da frescura que a categoria exige. Durante duas temporadas, Kimi pôde fazer o que gosta, ser um piloto na pista, sem se preocupar com encontros com patrocinadores, coletivas chatas e tardes de autógrafos. Mas a crise está aí, deve ter gasto uma boa grana nas suas brincadeiras e agora é hora de recuperar tudo isso.
Muitos falam da adaptação que pode demorar, mas acho que muita gente esqueceu daquele garoto que chegou andando rápido sem nunca ter entrado num F1 antes e não ter feito mais do que duas temporadas em monopostos aos 21 anos de idade. Que tremam seus oponentes, afinal a Lotus quer ser grande, precisa algo mais do que a velocidade de Vitaly Petrov e Bruno Senna, precisa de alguém que tenha um pouco mais de manha no negócio, e que talvez somente alguém que já foi campeão pode oferecer.
Claro, eu preferia Kimi na Red Bull, menos pelo carro do que pela liberdade que a equipe dá aos seus pilotos. No lugar de Mark Webber, acredito que Kimi daria mais trabalho ao jovem gênio Sebastian Vettel, mas Kimi voltou na vaga que era possível no momento, e espero que ele faça a Lotus brilhar de novo. Fez muito mais do que Alonso na Ferrari e injustamente perdeu seu lugar para o falastrão espanhol, de quem espera-se mais uma no vergonhoso (detalhe: não acho o ano de Alonso menos vergonhoso do que o de Massa, afinal ele tem toda atenção de que precisa, só esqueceu os 2 décimos na McLaren e nunca mais voltou para buscar). Claro qeu não espero vitórias de Kimi no ano que vem, mas sua velocidade e silêncio são muito bem vindas em uma F1 com pilotos que falam muito mais do que deveriam, principalmente em espanhol.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Balanço final


Bom, como todos sabemos, acabou mais uma temporada da Formula 1. A temporada das asas móveis, do KERS (cuja única utilidade é tirar a desvantagem que o seu próprio peso causa), das excessivas punições, das regras sobre difusores que mudaram no meio da temporada e, por fim, mais uma vez uma temporada sem os atrativos de outrora. Claro que a genialidade de Vettel contou (e muito) para deixar a Formula 1 ainda mais desigual, mas a artficialidade da categoria tem afastado público e, consequentemente, GP’s.
Titio Bernie não tem prestado muita atenção na crise, está cobrando uma nota para que corridas sejam realizadas e exigindo contratos a longo prazo, o que não grada nenhum organizador diante do cenário econômico atual. Se você parar para pensar, é como estabelecer um contrato de alguns anos com um funcionário novo sem que haja período de experiência, ou seja, todo mundo sabe que não dá.
A Formula 1 está cara demais pelas corridas que oferece, e nem mesmo tem seguido a proposta inicial do automobilismo, que era servir para desenvolvimento técnico dos carros de rua. Nenhum combustível menos poluente ou componentes mais baratos, e o KERS ainda é apenas uma tentativa de desenvolver uma tecnologia que até agora não trouxe muitos benefícios.
Mas algo que me chamou a tenção neste ano foi o exagero das punições. Tudo bem, os pilotos não devem se comportar como homicidas ou suicidas, isso é fato. Agora, a impressão que os comissários têm dado é de que às vezes punem os pilotos apenas para mostrarem que estão acordados, pois se revermos algumas manobras que resultaram em punição, vamos, no mínimo, ficar em dúvida. Toques de corrida e falta de espaço na pista viraram motivo de investigação, o que faz com que os pilotos sejam cada vez menos combativos, e não é para menos. No automobilismo, ganha quem frear por último, risco faz parte do esporte e piloto tem que ser arrojado. É simples assim, só a FIA não percebeu.
Neste ano um GP foi cancelado às vésperas da realização, no ano que vem dois irão deixar o calendário, e dos USA está ameaçado antes mesmo de entrar no calendário. A grana mundial está curta, ninguém está muito disposto a pagar por pouco espetáculo (com razão). A FOTA está indo para o espaço (Ferrari e Red Bull já se mandaram), a FIA não quer dar pitaco para que Bernie não faça uma espécie de Indy Car (separar a Formula 1 da FIA com já ameaçou há 3 anos) e quem paga o pato é o público e os pilotos.
Com tão pouco em uma temporada que gerou tanta expectativa, é hora de a F1 olhar para a Indy, que resolveu revolucionar de vez (retrocedendo um pouco tecnologicamente, é verdade, com a volta do turbo) a pedido do próprio público na esperança de recuperá-lo dentro e fora das pistas, o que parece que vai dar certo. E se der certo, a Formula 1 que abra o olho, porque a Indy já estabeleceu a prova no Brasil e vai à China do ano que vem. Quem já trabalhou nas etapas brasileiras das duas categorias, sabe qual dá mais show. E o que se quer é ver carros disputando, não boxes cheios de superstars da música e do cinema.
O único ponto realmente positivo da F1 atual tem um nome e um número: Sebastian Vettel, #1. Com um carisma do tamanho de sua genialidade, o alemão tem trazido de volta a essência do automobilismo. Tem inspirado jovens pilotos e atraído fãs. Um alento em uma Formula 1 que muda as regras a cada ano para ver se algo muda.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Falando de corrida, dessa vez corrida de verdade

Eu me lembro de quando eu tinha um certo preconceito para com a Fórmula Truck. Não dá para negar que ela é um pouco diferente do automobilismo que estamos acostumados, onde vemos carros de turismo iguais aos nossos ou objetos de desejo como Ferraris ou Lamborghinis. Ninguém vê o caminhão de Danilo Dirani e sonha em um dia ter um igual para passear por aí. Mas desde que o próprio Danilo me convenceu a acompanhar a categoria, me arrependo somente do tempo passado, quando eu preferia assistir qualquer outra corrida.
E domingo mais uma vez percebi que quem reclama da falta de show de algumas categorias (Leia-se Formula 1 e Stock Car, que vivem mudando as regras na tentativa de tornar corridas mais emocionantes), deveria fazer como eu fiz e passar a acompanhar a “estranha” categoria. E nada como uma boa final de campeonato com grandes pilotos disputando o título e nenhum dos outros concorrentes abrindo mão da vitória.
Foi por isso que Wellington Cirino Resistiu a uma luxação no pé causada durante a comemoração da pole (caiu de mau jeito quando os membros da equipe o jogaram para cima) e partiu para a briga defendendo a sua posição já na largada. Mas, curiosamente, quem não resistiu ao calor de Brasília foi o robusto caminhão. Foi também o que aconteceu com Paulo Salustiano, que vinha bem forte na briga pelas primeiras posições. Danilo Dirani vinha dando um show. Partiu da sexta posição e ganhou a de Felipe Giaffone já na largada, e com belas ultrapassagens, cravou a volta mais rápida por várias vezes até alcançar a terceira posição. E quando estava perto de conquistar mais uma posição, o caminhão também começou a perder rendimento.
Geraldo Piquet, que largou dos boxes e lutava pelo título também fez várias ultrapassagens, mas dependia da vitória para ser campeão, o que seria difícil. Principalmente com um Giaffone inspirado, que ao contrário dos concorrentes, viu o rendimento de sua máquina aumentar da metade da corrida para frente. Resultado: Mais show na pista e uma vitória para consolidar mais um grande ano de alguém que abdicou da carreira internacional para fazer uma bela carreira por aqui.
Mas com tantos shows, um em particular me chamou a atenção: de um respeitável senhor de 71 anos que dá a impressão de que irá correr enquanto viver. E correr bem, afinal, chegar em terceiro no calor de Brasília enfrentando pilotos com menos da metade de sua idade não é para qualquer um. 

Pedro Mufatto honrou sua longa e respeitável carreira em uma corrida fantástica, em uma categoria fantástica e com pilotos fantásticos. Um verdadeiro exemplo de paixão e profissionalismo, que mostra que motivação é muito mais do que meia dúzia de palavras. E por esse ano foi “só”. E como é bom assistir um final de campeonato pensando que é uma pena que acabou. Será que um dia voltaremos a sentir isso de novo também na Formula 1? Aliás que F1 que nada, vou mais é esperar o ano que vem e curtir a Truck...