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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Morte de Vanessa Daya: A culpa é de quem?


Durante minha viagem de férias decidi que iria me afastar ao máximo da Internet. Tanto que nos últimos dias apenas uma postagem, com tristeza, da morte do grande Zampa. Hoje, ao chegar em casa, após desfazer as malas, decidi entrar um pouco para conferir as novidades, e me deparei com mais uma triste notícia: a morte da piloto de motociclismo Vanessa Daya. A brasiliense de 31 anos era atual campeã do Superbike com Batom, e disputava sua segunda prova (seguida) no dia. Vanessa perdeu o controle após uma tentativa de ultrapassagem e caiu em uma vala, sendo atingida na cabeça por sua moto. O acidente aconteceu no último domingo, e Vanessa foi levada ao hospital com um edema cerebral. Seu estado foi considerado gravíssimo desde sua chegada, e ainda ontem houve uma suspeita de que e piloto tivesse sofrido morte cerebral, que foi descartada após alguns exames. Porém, hoje, às 4:45 a piloto acabou não resistindo aos ferimentos. Foi a segunda morte durante uma corrida de motos em menos de um mês. Mas a morte de Vanessa envolve diversas duas questões a serem discutidas além da insegurança natural de uma corrida de motos.
Primeiro: foi levantada a questão de Vanessa ter partido para o seu segundo grid seguido sem o que seria considerado um período ideal de descanso. Ela sequer tirou o capacete, no que foi alegado que ela poderia estar com cansaço. Isso não faz tanto sentido, uma vez que ela tinha um bom preparo físico. Mas caso tenha sido essa a questão crucial, como os organizadores e a federação poderiam permitir esse tipo de coisa, que o mesmo piloto entre em duas corridas seguidas por duas categorias diferentes? Uma vez que ela disputava o feminino e o masculino, e as duas provas ocorrem em um mesmo dia, isso não deveria ser permitido. Ao piloto deveria ser permitido correr em uma ou em outra, certo?
Segundo (e que merce uma análise mais profunda): a péssima condição do autódromo de Brasília. Na última etapa da Stock Car, coloquei aqui minha opinião sobre a forma de como os autódromos têm sido (mal) cuidados no Brasil. E convenhamos, se não é apto para uma prova de Stock Car, como pode receber uma prova de motociclismo? Para termos uma ideia, Interlagos, nosso melhor autódromo e único capaz de receber uma etapa da F1, não foi considerado apto para receber uma etapa da Moto GP. Entendem onde quero chegar?
Neste segundo caso, sobra culpa para todo mundo, afinal as fotos do local do acidente tiradas pelos próprios colegas de Vanessa após o acidente deixam claro o estado inapto em que se encontra o autódromo para provas de motociclismo. Claro, é um esporte perigoso, mais do que automobilismo, mas essa não é uma justificativa aceitável. Mas além da culpa da administração, me pergunto: Como uma federação permite que provas sejam realizadas nessas condições? Se o autódromo recebe competições, é porque essas dão lucro. E neste caso, a federação tem que exigir condições para que a prova seja realizada, do contrário, nada feito. Agora  FMDF resolve interromper todas as atividades programadas no autódromo Nelson Piquet para uma investigação mais profunda. Não teria sido melhor uma suspensão preventiva? Acho que não, pelo jeito é assim que funciona nosso esporte a motor.
O que é necessário de fato ser feito no Brasil é que as federações cumpram seu papel de garantir que o esporte a motor seja praticado em condições ideais. Do jeito que o esporte é tratado pelas federações, é mais fácil que ele seja extinto do que sejam criadas condições ideais. É necessário que seja feito algo muito maior do que contar com a sorte para não haver mais acidentes fatais. E no que depender das federações, vamos ter que contar é com a sorte mesmo. Não é à toa que escrevo federação com "f" minúsculo.

Clique aqui para ver o vídeo com a matéria sobre o acidente

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