Falando de Corrida

Novidades, lembranças e curiosidades do nosso esporte a motor

Powered By Blogger

terça-feira, 11 de junho de 2013

Falando de Cinema, parte 1: Dias de Trovão


A década de 80 representou uma década de transição no cinema norte-americano. Com o advento das artes gráficas e a necessidade de produções mais ousadas, não foram poucos os diretores que resolveram se arriscar com produções que tendiam mais pelas cenas impressionantes do que pela história em si. Assim, em 1986 Tony Scott acertava a mão em “Top Gun”, consolidando de vez o astro Tom Cruise no comando de possantes caças em impressionantes cenas de ação. O filme (embora fraco de roteiro) se tornou como uma das maiores produções da história do cinema, e Tony então percebeu que Tom Cruise+máquinas velozes fariam sucesso em outros tipos de produção. Foi assim que 4 anos depois, com Cruise nos roteiros, que nasceu um filme que resgatou um gênero então abandonado a algum tempo dos grandes estúdios de Hollywood. “Dias de Trovão” era a maior filmagem sobre uma história de corrida em muitos anos (7 anos antes Burt Reynolds havia estrelado Stroker Ace, que era mais estilo sessão da tarde do que de telonas), contando com um grande elenco.
Nos papéis principais, Robert Duvall fazendo o  chefe de mecânicos durão que tentava controlar o jovem e arredio Cole Trickle, personagem de Cruise e Randy Quaid, o mandachuva da equipe. Além deles apareceria também Nicole Kidman, como a Dra. Claire Lewicki, por quem Trickle se apaixonaria (e com quem Cruise se casaria na vida real). Participações de pilotos como Richard Petty e Rusty Wallace não passam despercebidas, e são um ingrediente a mais para trazer o real ambiente da maior categoria dos USA.

O filme não foi nenhum documentário sobre regras da NASCAR. Carros rodando e retornando sem que a amarela fosse acionada ou ainda em alta velocidade após Big Ones foram só algumas das fantasias apresentadas no filme, mas que ficaram em segundo plano diante de cenas de pegas e acidentes impressionantes. Em contrapartida, mostra muito bem como os egos descontrolados dos grandes pilotos funcionam, gerando inimizades e comportamentos muitas vezes infantis, além do risco que isso pode causar em uma pista de corrida. As atitudes que tomam conta dos pilotos após grandes acidentes também ficam à mostra após um grave acidente entre Trickle e seu principal rival e desafeto Rowdy Burns (Michael Rooker).
Mesmo em se tratando de uma produção hollywoodiana, o que significa um certo exagero em sua produção, o filme é muito bom para quem curte automobilismo, e devido às poucas implementações tecnológicas da categoria, permanece atual mesmo 23 anos após sua produção. Não fez tanto sucesso quanto Top Gun, mas creio que ajudou muitos de nós a conhecer a tão diferente categoria americana, em uma época onde a maior exposição de automobilismo era a briga entre Ayrton Senna e Alain Prost.
Curiosidades...
O último rival de Cruise no filme, Russ Wheeler, era interpretado por  Cary Elwes, que faria o papel de rival de Charlie Sheen (plagiando Cruise) na comédia Top Gang.
10 anos depois deste filme, Duvall voltaria a interpretar um mecânico, dessa vez no remake 60 segundos, ao lado de Nicolas Cage, em um filme sobre um grande roubo de carros raros.
John C. Reilly, que interpretava o mecânico de Trickle, voltaria a desempenhar o papel em um filme sobre a NASCAR, na impagável comédia Talladega Nights (Ricky Bobby a toda velocodade). Mas este já é assunto para um outro post!

Nenhum comentário:

Postar um comentário