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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O ponto final


Algumas atuações são inquestionáveis. Se você lembrar, por exemplo, do GP de Suzuka de 1988, não dá para questionar o que Ayrton Senna fez, mesmo se levarmos em conta que ele tinha o melhor carro da pista. E ontem Sebastian Vettel foi tão brilhante quanto para conquistar seu terceiro mundial seguido, colocando, mais uma vez, seu nome na história.
Fico imaginando o que teria passado pela cabeça de Vettel após a batida ainda na primeira volta, vendo todo mundo passando por ele. E mais ainda, o que será que ele pensou quando a equipe lhe informou que tinha um problema que não seria solucionado.
O início de prova foi tudo o que Alonso precisava. Vettel batendo e Felipe Massa fazendo o bom papel de escudeiro, lhe cedendo a posição enquanto bloqueava Mark Webber. Era o suficiente para o tri do sortudo espanhol. Antes do GP, todo mundo jurava que se houvessem condições adversas, o espanhol levaria. Mas Interlagos é Interlagos, o melhor lugar para uma final de uma campeonato tão moldado na base dos detalhes, assim como já havia acontecido em 2007 e 2008.
Mas 2012 superou um bocado. Vettel voou mesmo com uma rachadura no assoalho, alcançou Alonso e aí começou a ficar com a cara de São Paulo: Choveu, parou,  Vettel teve problemas no rádio, colocou pneus para pista seca, voltou a chover e ele teve que voltar aos pits logo em seguida, a equipe não havia preparado os pneus... mas  Alonso era somente o quarto, o suficiente para que o título fosse do alemão, sem ter que se esforçar muito, e o nono lugar não seria ruim, pelo contrário. Foi aí que veio mais um drama.
Nico Hulkenberg havia liderado boa parte da corrida, mas perdera a liderança para Lewis Hamilton depois de um erro. Só que algumas voltas depois, Hamilton pegou tráfego e não viu Hulkenberg se aproximar tão rapidamente. Seria um momento perfeito para um bote. Isso se a pista não estivesse tão escorregadia. Resultado: Hulkenberg acertou o carro de Hamilton, que ficou por ali mesmo. O alemão foi punido com um drive trough, Alonso passou e Vettel não. Alonso logicamente ganhou a posição de Felipe Massa. Parecia tudo caminhar para o tri do espanhol, mais uma vez. A essa altura Vettel era o 8º, foi para cima de Kobayashi e em uma manobra arriscada (qualquer manobra para cima do japonês é um grande risco) assumiu o sétimo posto. Ao se aproximar de Schumacher, mesmo sem que fosse matematicamente necessário, Vettel contou com um ato de camaradagem e assumiu a sexta posição, para permanecer até o fim da prova, encerrada com Safety Car após um acidente forte de Paul di Resta na perigosa curva do café.
Estava consolidado, o alemão era tri campeão. Incontestável, em uma corrida que praticamente tinha o nome de Alonso desde que as primeiras gotas caíram sobre Interlagos. Mas não dessa vez. Nem com as discutíveis manobras da Ferrari, nem com sua clara preferência e muito menos com o oba oba da mídia. Vettel foi campeão com propriedade, em um ano qem que não houve um domínio absoluto de um carro ou de um piloto, onde muitas corridas foram decididas pelos pneus mais do que por qualquer outro item. Um campeonato para entrar para a história. Para isso, faltava uma assinatura. E essa assinatura, é de Sebastian Vettel.

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