Não que tenha sido algo inédito o que aconteceu ontem em Detroit. Mas nos dias de hoje é um tanto absurdo. Depois de 3 temporadas fora do calendário, a pista deveria, no mínimo, ter passado por um recapeamento decente para receber uma corrida de qualquer categoria que fosse, principalmente uma categoria com a IndyCar.
Claro que a culpa não é só dos organizadores da prova, mas da cúpula da categoria e até, em parte, dos pilotos. Todos tiveram a oportunidade de passarem pela pista antes da corrida, e deveriam saber que o “asfalto” (vamos chamá-lo assim) não estava em suas melhores condições com aqueles remendos feitos de sabe-se- Deus-o-quê.
Todos sabemos que os americanos é um tanto relapso com relação à segurança em suas pistas de corrida. É impensável, por exemplo, ver qualquer uma de suas pistas palco de uma Formula 1, tanto que foi necessária a construção de um autódromo em Austin para que a categoria pudesse aportar por lá. Claro que Indianapolis tem condições, mas a categoria não atrai tanto público por lá. E a F1 já teve que passar apertado nas corridas disputadas em solo norte-americano.
Em 1981-1982, acharam que seria um atrativo e tanto uma prova no estacionamento do Caesar’s Palace em Las Vegas. Claro que foi penoso para todo mundo, e aprova não durou muito. A primeira prova em Detroit, disputada em 1982, também foi cheia de percalços e teve que passar por sérias mudanças para que pudesse continuar no calendário. Claro que com a debandada das principais pistas americanas da categoria, foi necessário que Detroit permanecesse – até que a F1 se tornou pouco rentável e a cidade ficasse somente com Indy.
Mas a pior de todas aconteceu em Dallas, 1984. Faltando poucas horas para o início do GP, via-se que o asfalto não agüentaria o calor do verão Texano. Ele parecia derreter em alguns pontos e tomaram algumas “medidas paliativas” para que a prova acontecesse. Resultado: durante a prova o asfalto foi se desfazendo e um a um os pilotos foram indo para o muro. A prova tinha um contrato para 4 temporadas, mas a F1 nunca voltou para Dallas.
Randy Bernard não está vivendo nenhum momento de popularidade entre os times da Indy. O custo dos novos carros, mais alto do que o previsto, não agradou nenhum chefe de equipe, e acontecimentos como os de ontem não ajudam para que ele permaneça no cargo. Acredito que nem mesmo o público tenha ficado contente. A falta de organização nas provas acaba por afastar muita gente, ao contrário do que ele tem almejado. E o fiasco da prova de Las Vegas no final do ano passado é prova de que algo tem ser muito analisado antes de ser posto em prática.
A vitória um tanto quanto xoxa acabou nas mãos de Scott Dixon, que venceu após completos 66% da prova. Quem tinha apostado na estratégia, como Tony Kanaan, teve que se virar com o carro pesado e perdeu preciosos pontos, tendo como sorte o fato de não ir parar no muro. A reação da Honda acabou vindo de uma maneira menos completa do que se esperava.
A organização da Indy sabe fazer um bom espetáculo, isso não dá para negar. O marketing tem ajudado a trazer público, patrocinadores e pilotos, porém erra-se na hora H e fica todo mundo sem ter aquilo que esperou. É bom que o automobilismo seja levado mais a sério em certos termos na América do Norte, do contrário, a Indy corre o risco de ir para o buraco de um vez, o que não faltou muito para que acontecesse no final da década passada.
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