Muitas vezes a imprensa (e também nós fãs), cometemos o
grande erro de considerarmos que um piloto só está com uma vaga em determinada
equipe devido aos patrocinadores que conseguiu levar para lá. Muitos afirmaram
que o fato de Maldonado estar na Williams foi por causa do patrocínio do seu
país engordar o orçamento da necessitada equipe, que no ano passado viveu o
pior momento de sua história. Mas desde o início da temporada, a equipe e seu
piloto têm mostrado que não é bem assim.
Tirando o erro de Melbourne (onde muitos acreditaram que a
Williams não teria chance de conquistar novos pontos na temporada), Maldonado
(ou danado, como preferir), tem deixado muito cara grande de cabelo em pé, e
hoje conseguiu provar mais do que nunca que merece seu posto no time de Grove.
Sim, Maldonado conquistou seu lugar na Williams-Renault que não tinha a mesma
força do passado, veio lutando por pontos e finalmente conseguiu algo que até
sexta-feira parecia impossível, uma vitória inquestionável, assim como a pole
de ontem. Mas a Pole não foi de Hamilton? Não, se ele tivesse o combustível
necessário não teria conseguido aqueles décimos à frente de Pastor. Não é questão
de vencedor moral, e sim de direito.
Hoje Pastor e a Williams mostraram uma sintonia que até
então nenhuma equipe tem acertado com qualquer piloto que seja neste ano de
2012. Entrou nos pits sempre nos momentos certos, a ponto de o erro que custou
cerca de 3 segundos no último pit stop nem sequer atrapalhar o venezuelano na
pista, coisa que se a Lotus, por exemplo, tivesse acertado com seus pilotos,
teríamos uma disputa mais acirrada. Mas acho difícil que alguém superasse
Pastor Hoje, ainda mais depois de vê-lo negociar com os retardatários e segurar
Alonso de forma magistral.
A vitória da Williams foi um belíssimo tapa na cara dos
grandes, sempre chorando para a FIA e desperdiçando milhões em carros que não
são capazes de muitas vezes subirem no pódio. Foi um tapa na cara dos chorões
que reclamam dos carros e pneus (esses iguais para todo mundo). Serviu para
esfregar na cara de muita gente que vitória vem do talento e da paixão de gente
como Frank Williams, que viu sua equipe quase ir para o buraco por evitar que
sua equipe perdesse sua verdadeira essência. E esse senhor de 70 anos, em uma
cadeira de rodas que trabalhava junto com os seus mecânicos no início da equipe
provou, mais uma vez, no dia em que a Formula 1 completa seus 62 anos, que
automobilismo ainda é paixão. Vida longa ao velho Frank, e carreira longo ao jovem
Pastor. E que eles possam nos dar mais vezes o que nos deram hoje.
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