Em muitos aspectos, Barcelona lembrou de como a Formula 1
costumava ser, quando a maioria dos pilotos sabiam que poderiam vencer, mesmo
que em condições adversas, principalmente quando lembramos que há poucos anos
isso só era possível quando se estivesse na Ferrari ou McLaren, ou só na
Ferrari. Mas naquela F1 do passado, mais amadora, de vê em quando aconteciam
coisas insólitas. Pilotos acabavam virando bombeiros, mecânicos equipes de
resgate e todo mundo se unia para ajudar quando alguma coisa estranha
acontecia. E foi justamente o que aconteceu ontem, quando o Box da Williams se
incendiou após a corrida.
Foi um acontecimento muito triste depois da heróica vitória
de ontem, mas a equipe contou com a ajuda de quem estava por perto e correu com
seus extintores na tentativa de debelar as chamas e ajudar a equipe a salvar
quem estivesse lá dentro. E Maldonado havia resolvido levar muita gente da
família para assistir à sua incrível performance, inclusive seu primo Manuel de
12 anos, que estava com o pé machucado. Maldonado então agiu com mais heroísmo
do que aquele que já havia apresentado na pista: pegou o garoto nas costas e o
tirou depressa do Box que se incendiava.
Assim como a maioria das coisas que aconteceu no final de
semana, foi algo quase impensável para a F1 de hoje, toda cercada de cautela. O
lado bom é que as equipes puderam mostrar que há solidariedade mesmo entre
rivais, a disputa fica somente na pista mesmo. Fica guardada, além da imagem do
pódio, a do vencedor carregando o garoto nas costas e evitando que algo pior
acontecesse naquela que era para ser somente a tarde mais feliz da sua carreira
até agora.
Fico imaginando como seria se fosse em Interlagos, aquele corredor na parte de trás dos boxes mataria alguém.
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