Bem, acho que não sou o único a esperar ansiosamente pelo
último domingo de maio. Aliás, por muitas vezes nos últimos anos, Indy 500 e
Monte Carlo são disputadas no mesmo final de semana. E Monaco foi bastante
equilibrada, como aliás a Formula 1 tem sido. Mas convenhamos, creio que falta
um pouco de arrojo aos pilotos. Esperar que alguém tome iniciativa de tentar
uma manobra mais agressiva às vezes me deixa entediado. Fico por mais de uma
hora pensando “Agora vai”. E não vai. Aí vem um monte de gente dizer: “Ah, ele
corre com a cabeça, não quer arriscar o campeonato...”. Aí o Felipe Massa
finalmente dá sinais de que ainda pode fazer algo, e a Ferrari? Faz questão de
que ele fique próximo mas atrás do Alonso, mesmo demonstrando um desempenho
melhor. “Ah, mas o Alonso é líder do campeonato”, sendo que o campeonato está
tão aberto que até o Kovolainen tem chances matemáticas de ser campeão. E fica
aquele trenzinho de 6 carros, e o Galvão berrando que é a Formula 1 mais
equilibrada de todos os tempos mas... E aí? Cadê o risco? Jim Clark e Ayrton
Senna não são considerados os melhores por mendigarem pontos. Senna, aliás,
perdeu várias corridas por partir para o tudo ou nada. Tudo bem, a corrida não
foi das piores, temos o 6 º vencedor na sexta etapa e ninguém é favorito ao
próximo GP e muito menos ao título. Sorte de Webber, que se torna o sexto vencedor na sexta etapa e está mais do que vivo no campeonato.
Vamos dar uma folga para a TV e ver como
será a Indy 500.
Muita gente acha um saco corrida em oval, sem freadas e com
centenas de voltas. Não sou muito fã de ovais, mas Indy 500 é Indy 500. Vexame
dos carros com motores preparados pela Judd: Simona de Silvestro e Jean Alesi
são desclassificados por estarem lentos demais. Gostei. Se na F1 isso fosse
adotado, HRT e Marussia não ficariam atrapalhando quem está correndo de
verdade. Afinal, a regra dos 107% não tem sido aplicada. Bom, voltando a
Indianapolis, Franchitti está lá atrás, pouca gente acredita na Honda e parece
que a Chevrolet vai dar um banho, como nas corridas anteriores. Aliás, James
Hinchcliffe e Ryan Briscoe dominaram o início da prova. Mas Indy é Indy, e
mesmo tendo problema em um pit stop, Franchitti vai para o pelotão da frente. Faltando
menos de 20 voltas nada estava definido, e após uma bandeira amarela causada
por Ed Carpenter, Tony Kanaan pula na ponta. Dessa vez Marco Andretti vai para
o muro: Nova amarela e nova relargada, faltando menos de 10 voltas.
Os 4
primeiros estavam muito próximos, e na relargada, Dixon e Franchitti assumem a
ponto. Takuma Sato também passa Tony, e cola em Franchitti, que vai para cima
de Dixon na volta de número 198. Franchitti passa e traz consigo Sato, que está
determinado a vencer, sem se preocupar com os riscos. A manobra na curva 2,
aliás, me lembrou uma corrida de 23 anos atrás, quando Emerson Fittipaldi foi
para cima de Al Unser Jr. Mas Sato não teve a mesma sorte, e acabou indo para o
muro. Paciência. Perdeu um segundo lugar. Mas quems lembra de algum segundo
colocado na Indy 500? A vitória ficou, pela terceira vez na história, com Dario Franchitti, mais do que merecidamente.
Claro, não estou menosprezando ninguém. Mas quando Marco
Andretti foi segundo, afirmou que isso não valia nada. E Sato deve concordar.
Achei muito mais heróico o risco corrido. E com certeza, sua batida será muito
mais lembrada do que um segundo lugar. Mesmo que tenha custado alguns pontos no
campeonato. Automobilismo não é isso?
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