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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Vestindo o carro - parte 3


Alan Jones + Williams


Desde o início dos anos 70, a Williams tentava ser um grande time na Formula 1. O velho Frank atuava juntos aos mecânicos em suas garagens, buscava patrocinadores e sócios. Só não entrava no carro para pilotar, mas do resto ele cuidava. Naquela época ele dispunha de poucos recursos, e foi no final da década que ele finalmente conseguiu um bom patrocinador. Na verdade era um consórcio Saudita que contava com várias empresas, inclusive com uma de nome “Bin Laden”, de um dos quarenta e poucos irmãos do infame terrorista.
Frank buscou então um piloto a quem julgava ser um bravo nas pistas, e o nome escolhido foi o do brutamonte Alan Jones. Com um físico mais de lutador do que piloto, Jones seguia os passos do pai, que tivera sucesso na Austrália, competindo inclusive com Jack Brabham. Mas Jones pai não pôde ir para a Europa, e o filho havia alcançado este objetivo.
Mas embora a Williams tivesse garra (e agora dinheiro), o carro estava um passo atrás dos demais concorrentes. Até que o time resolveu seguir o caminho da Lotus e desenhou um carro capaz de vencer corridas. Foi o suficiente para que Jones passasse (na metade de 1979) a travar disputas memoráveis, como a de Zandvoort, com Gilles Villeneuve, e ainda venceu 4 provas.
Alan personificava o tipo de piloto durão, um verdadeiro cowboy do asfalto, exatamente como a Williams gostava, e o australiano provou que se tivesse tido um bom carro mais cedo naquela temporada, poderia facilmente ter levado o caneco.

Em 1980 ele chegou com tudo, mas teve a forte concorrência da Brabham de Nelson Piquet. Porém, em meio a brigas políticas e violações de regulamento, Jones sentiu que Piquet e sua equipe aproveitavam trapacear, o que Alan não tolerava. Conquistou vitórias com muita garra, e farto das brincadeiras da Brabham, jogou Piquet para fora da pista no GP do Canadá. Houve uma nova largada e Piquet teve que abandonar com problemas. O Título era, merecidamente, de Jones.

No ano seguinte, mais uma vez a Brabham estava forte, e o companheiro de Jones, Carlos Reutmann, decidiu que também poderia vencer. Ignorou a vontade da equipe e bateu Jones em meio à chuva do GP do Brasil, o que deixou Jones bastante irritado. Alguns meses depois, trouxe duas más notícias ao time: Primeiro: havia quebrado um dedo em uma briga. Segundo: abandonaria a F1 ao final da temporada. Alan teve o gosto de vencer o GP de Las Vegas, onde Reutmann foi apenas o 8º, entregando o título à Piquet por apenas um ponto. Então Reutmann propôs ao australiano que os dois enterrassem o passado. Não é preciso ter muita imaginação para saber onde Alan propôs que o argentino o enterrasse...
Jones ainda voltou à F1, uma corrida em 1983 pela Arrows e alguns anos depois pela breve equipe Beatrice. Infelizmente não vingou, e sua carreira na Williams acabou marcando o início da fase vitoriosa do time de Grove, que agora parece se retomar com mais uma boa dupla de pilotos...

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