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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vestindo o carro - Parte 2


Nelson Piquet + Brabham


Embora Nelson tenha corrido por outras equipes, sua história pode ser muito bem relacionada na maior parte em sua longa permanência no time, afinal esteve por lá na maior parte da carreira (de 1978 a 1985). Piquet estreou na equipe de Bernie Ecclestone no final da temporada de 1978, no GP do Canadá, e em 1979 estreou como piloto oficial da equipe, ao lado de Niki Lauda. Foi um ano fraco para Nelson, mas a partir de 1980 ele iniciou sua fase mais vitoriosa na F1, onde venceu 13 dos seus 23 na categoria, marcando também uma ótima sintonia com o então projetista Gordon Murray.
Nelson chegou em segundo no primeiro GP daquele ano, abandonou no Brasil e foi quarto na pista de Kyalami, e em Long Beach finalmente chegou ao seu primeiro triunfo. Foi um ano bastante disputado entre Nelson e Alan Jones, o famoso brutamontes da Williams. E este não estava contente com o brasileiro e a Brabham, a quem Jones acusava de burlar o regulamento. Na penúltima etapa, no Canadá, os dois colidiram na largada, e após o recomeço da prova, Piquet abandonou com problemas no motor, ficando com o vice.
No ano seguinte, mais uma vez a disputa ficaria entre Piquet e um piloto da Williams, dessa vez o argentino Carlos Reutmann. A disputa foi ferrenha, e os dois chegaram na última etapa, no estacionamento do Caesar’s Palace, em Las Cegas, separados por apenas um ponto de vantagem, em favor do argentino. Mas Piquet batalhou um sofrido quinto lugar, enquanto Reutmann ficara apenas em oitavo, sem pontuar, deixando o título para Piquet por apenas um ponto. Foi aí que Reutmann soltou a frase: “Pensar que esse garoto limpou as rodas do meu Brabham em Brasília (1974)...”. Piquet, sempre ácido, respondeu: “E ainda por cima trabalhei de graça!”.
Em 1982 Piquet sofreu, pois Bernie Ecclestone estava mais interessado em desenvolver o motor BMW turbo. Além disso, questões políticas marcaram a temporada, como o boicote das equipes inglesas ao GP de Ímola, e Piquet teve diversas quebras, uma desclassificação e não se qualificou para a etapa de Detroit. Isso resultou em um ano fraco, Piquet terminando com apenas uma vitória e 20 pontos.

1983 pode ser considerado o ápice da união, com o famoso e belo BT52. Piquet venceu logo de cara, justamente no Brasil, e foi conquistando pontos valiosos ao longo do campeonato. Voltou a vencer somente em Monza, 11 corridas depois, mas como o campeonato estava muito equilibrado, chegou à Kyalami depois de mais uma vitória, em Brands Hatch como favorito. Após o abandono de Alain Prost, Piquet pilotou com tranqüilidade, e com o terceiro lugar, conquistou o primeiro título de um motor turbo para a Formula 1.
A partir de 1984, a McLaren começava a se beneficiar pela durabilidade dos carros, que não era nenhum ponto forte dos outros times. Somava-se à isso a falta de interesse que começava a bater em Ecclestone, mais interessado nos direitos da F1. Piquet fechou o ano em 5º com duas vitórias, e ao final do ano a equipe terminava sua parceria com a Parmalat, que estampava os carros desde 1978.
Em 1985 o time já tinha um desempenho muito abaixo das demais, e Nelson vencera apenas 1 GP, o da França, finalizando o campeonato em 8º. No ano seguinte Bernie Ecclestone não estava disposto a pagar muito bem, o que empurrou Nelson para a Williams. A Brabham durou somente mais 2 anos nas mãos de Bernie, exatamente o mesmo que Nelson na Williams, onde ainda conquistaria mais um campeonato. Mas quando se falar em Nelson Piquet, sempre ficará aquela lembrança do carro da Parmalat...



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