Valência, Espanha, 2008. Kimi Raikkonen, ainda com chances de vencer o mundial, faz o seu pit stop enquanto a Ferrari exibe sua inovação tecnológica: Um "pirulito" hi-tech. Então a lu verde acende na hora errada, estragando a parada do finlandês. O que a Ferrari fez? Nada, continuou utiliando o pirulito com muito orgulho. Aí chegou o GP de Singapura, fase decisiva do campeonato. Dessa vez o pirulito falha com Felipe Massa. O resto da história todo mundo sabe: Felipe Massa perde o título por 1 ponto.
Abu Dhabi, 2010. Dessa vez não tem como errar: Fernando Alonso chega ao circuito com 7 pontos de vantagem. Para melhorar, o seu principal rival não consegue se classificar na frente dele. Bastava um quinto lugar, o espanhol seria campeão. Motivos para arriscar? Nenhum. Bastava Alonso seguir na pista que todo o resto estaria garantido, exceto algum acidente ou problema mecânico. Na largada Alonso é cauteloso e perde uma posição, mas ainda assim levaria o título. Webber antecipa a parada, e a Ferrari chama seus dois pilotos para os pits, sem se tantar de que Nico Rosberg e Vitaly Petrov já haviam feito suas paradas e estavam logo atrás do espanhol. Assim se decidia o mundial de 2010. Mas na real, a culpa foi de quem?
Felipe Massa não ajudou Alonso (exceto na Alemanha), talvez não tenha visto motivos para acelerar e ter que ceder posições ao final das corridas. Está errado? Não creio que alguém queira andar na frente para ter que perder depois.
Fernando Alonso não mostrou na pista o mesmo talento que sua língua. Também não pôde se valer das falcatruas de Flávio Briatore. Não havia Nigel Stepney para roubar segredos de Adrian Newey e Felipe Massa não bateu para que o Safety Car entrasse na pista. E Alonso mais uma vez ficou preso atrás de um adversário, assim como em Valência, onde ficou atrás de Buemi para ser ultrapassado por Kamui Kobayashi. Não adiantou nem a Ferrari dizer que confiava em seu talento (ou seria no patrocínio de um banco espanhol?).
Stefano Domenicalli ficou com sua tradicional cara de cachorro abandonado depois do GP. Jogar dois títulos fora não é para qualquer um. E ainda teve que ouvir jean Todt dizer que aquilo que aconteceu em Abu Dhabi não era para acontecer. E não era mesmo. Um risco totalmente desnecessário em uma pista onde as dificuldades de se ultrapassar são enormes, ainda mais para um piloto tão limitado como Alonso neste sentido (os fãs dele que me perdoem, mas ele não tem o mesmo talento de um Hamilton ou um Kobayashi, aliás acho que o espanhol deve ter sido reprovado nessa matéria).
Um segundo piloto desmotivado, uma estrela limitada e um chefe de equipe sei lá o quê. Uma pressão que foi criada desnecessariamente desde Hockenheim, a preferência dada a um piloto que não se demonstrou superior a não ser quando tudo conspira a seu favor. Será que a Ferrari aprendeu ou será que só vai procurar um culpado?
Nos teste da Pirelli, Massa voltou a ser rápido, ficando claro que não teve a mínima vontade de andar na frente na Alemanha. O espanhol continua falando muito, espera-se que agora faça na mesma proporção, pelo menos para justificar o maior salário da F1. E quanto a Domenicalli, este é o que mais tem a perder, afinal tem pouco a justificar e será o maior bode expiatório se houver a necessidade. Agora é esperar 2011 e ver se todo mundo fez a lição de casa, para que o erro não se repita (pela terceira vez).
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