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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Justo, muito justo



Lembra quando eu disse que a Red Bull podia estar jogando o campeonato fora depois do que aconteceu em Interlagos? Pois é, errei. E errei feio, admito. Aliás, muita gente criticou a Red Bull pelo fato de não dar preferência ao australiano Mark Webber, mas afinal de contas, Vettel também não tinha chances?
Claro que as chances dele eram menores, e claro também que talvez tenha sido o candidato que mais errou ao longo do ano, mas a equipe confiou em seu talento, e afinal todo mundo saiu ganhando.
O título começou a ser desenhado no sábado, com a pole position, porém o terceiro lugar de Alonso no grid não era o suficiente para dar o triunfo ao jovem alemão. Mas pouco depois da largada, muita coisa começou a mudar. Primeiro Alonso, cauteloso, perdeu a posição para Jenson Button. Em seguida Vitantonio Liuzzi consumou a participação de Schumacher no pior ano de sua carreira com um forte acidente, onde os dois saíram ilesos. Muita gente então resolveu ir para os pits aproveitando a intervenção do Safety Car, o que incluiu Vitaly Petrov e Nico Rosberg. Aí o campeonato começou a ser desenhado, principalmente porque a Ferrari acabou cometendo um erro grotesco: Mark Webber foi para os pits pouco depois da saída do Safety, e a Ferrari, se esquecendo de Vettel, acabou seguindo a estratégia para manter Alonso na frente de Webber. A estratégia deu certo nesse ponto, até que eles perceberam que Alonso estava, fisicamente, atrás de Nico e Petrov, que já haviam feito a parada, e ainda haviam com os líderes Vettel, Hamilton e Button, o que empurrava Alonso para o sexto posto, insuficiente para ser campeão. Quando o erro foi percebido, a equipe mandou o espanhol atacar, porém as dificuldades de ultrapassagem em Yas Marina fizeram as chances de Alonso se esvaecerem. Ainda mais depois que Kubica abriu distância suficiente para parar e voltar à frente do espanhol. Sétimo lugar. E foi só. Enquanto isso, Vettel se redimia de seus erros, pilotando com precisão e cautela, enquanto o mundo aplaudia ele e a Red Bull de pé, pela vitória da ética e do esporte, por Dietrich Mastechitz ter esfregado na cara da Ferrari o erro cometido em Hockenheim, desmotivando Felipe Massa a ponto de este nem sequer se esforçar em tirar pontos dos adversários - e para quê?
Vettel chorou como uma menina (as palavras foram do próprio), e ainda teve a façanha de vencer um campeonato no qual era a primeira vez que era líder. Ao Longo do ano o campeonato passou pelas mãos de Alonso, Massa, Hamilton, Button e Webber, sem que Vettel tivesse liderado por uma corrida sequer. Mas no final, o talento e a ética prevaleceram.

Enquanto isso na Ferrari...

O espanhol Fernando Alonso, o príncipe das lamúrias reclamava com Petrov. Talve tenha se esquecido que não é mais piloto da Renault e que os outros não são obrigados a bater ou lhe dar passagem para que ele possa ser campeão. Talvez tenha gritado pelo rádio achando tudo ridículo. Tão ridículo quanto o seu desempenho em Abu Dhabi. O dinehiro espanhol acabou não sendo fator determinante para que ele pudesse levar o título à equipe vermelha, que teve de ceder às exigências de seu maior patrocinador. Pode não ter sido punida como deveria pela FIA, mas foi punida pela incompetência de seus dirigentes e da sua maior "estrela", alguém que acha que a Fórmula 1 é feita para ele, e que desde que venceu Schumacher em 2006, não fez nada além de manchar seu currículo com trapaças e evidenciar sua falta de caráter. Alonso, a Ferrari não precisa de você.  Não que Alonso não seja um bom piloto. è que é um péssimo político, só ainda não percebeu isso.

E falando em Stefano Domenicalli...

Este ainda não aprendeu como gerenciar uma equipe. No início do ano, claramente ele não favorecia nenhum de seus pilotos, isso até o grande Prêmio Santander da Alemanha, na presença de Dom Emílio. Se curvou à exigêncoa do patrocinador espanhol e desmotivou um piloto que poderia ter sido fundamental na briga pelo título. O mesmo piloto que perdeu o título por erros do time em 2008 e mesmo assim assumiu a culpa para si. O mesmo piloto que cedeu o GP do Brasil de 2007 para que Kimi Raikkonen fosse campeão e que jamais se negou a ajudar a equipe. Um piloto que naquele momento ainda tinha chances de vencer o campeonato assim com Sebastian Vettel dentro da Red Bull. E ainda Stefano brindou a Ferrari com um gran finale, errando feio na estratégia, onde bastava manter Alonso na pista para que ele apenas acompanhasse o ritmo dos líderes, sem a necessidade de vencer. Parece que Stefano não aprendeu com erros de 2008, e se depender dele, a Ferrari vai ficar um bom tempo sem vencer, mesmo tendo bons carros e excelentes pilotos.

E falando de Mark Webber....

Faltou algo na hora decisiva. Perdeu o título na Coréia, onde cometeu um dos poucos erros da temporada, porém no momento mais decisivo de todos. Os pontos teriam lhe dado o titulo com boa folga. Uma pena, pois ao longo do campeonato mostrou força e constância. Mas, a Fórmula 1 tem dessas coisas...

E no geral?

Que campeonato! Decidido nas últimas curvas, foi quase tão épico quanto o de 2008, um pouco menos dramático, é verdade. Boas disputas, novos gênios, e no final Vettel afirmando a fama de grande piloto. E mais uma vez Adrian Newey fazendo o melhor. Em 2011 novos pneus, talvez novas visões, novas estratégias e quem sabe continuamos com as boas e velhas disputas!

Resultado da corrida:

1- Sebastian Vettel (Red Bull/Renault)
2- Lewis Hamilton (McLaren/Mercedes)
3- Jenson Button (McLaren/Mercedes)
4- Nico Rosberg (Mercedes)
5- Robert Kubica (Renault)
6- Vitaly Petrov (Renault)
7- Fernando Alonso (Ferrari)
8- Mark Webber (Red Bull/Renault)
9- Jaime Alguersuari (STR/Ferrari)
10- Felipe Massa (Ferrari)

Campeonato:

1- Sebastian Vettel - 256 pts
2- Fernando Alonso - 252 pts
3- Mark Webber - 242 pts
4- Lewis Hamilton - 240 pts
5- Jenson Button - 214 pts
6- Felipe Massa - 144 pts
7- Nico Rosberg - 142 pts
8- Robert Kubica - 136 pts
9- Michael Schumacher - 72 pts
10- Rubens Barrichello - 47 pts

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