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domingo, 7 de setembro de 2014

Acima da expectativa


A etapa de Monza foi uma prova de que a Formula 1 não está tão ruim como muitos julgam. Pelo menos não durante a fase europeia (+ o GP do Canadá), disputados em circuitos obsoletos, onde Tilke não colocou a mão ou não consegui estragar por completo. Tudo começou hoje com uma largada ruim de Bottas e Hamilton, e boas largadas de Massa e Magnussen. Estava aí aramado o cenário de uma prova que seria marcada por grandes disputas, ultrapassagens e um erro que causou a Rosberg a liderança da prova. A prova de hoje mostrou que o domínio da Mercedes não tem sido do tipo que estraga uma temporada, muito pelo contrário. Remete a disputas como Villeneuve X Scheckter, Lauda X Prost, Mansell X Piquet, Senna X Prost e Villeneuve Filho X Hill filho. O domínio da Mercedes não se resume ao domínio de um piloto, abre espaços para brigas como vimos em Spa e erros como os de Monza. Situações que abrem espaço para um motivado e surpreendente Ricciardo, que não se apequenou diante do fato de ser um novato em uma equipe que conta com ninguém menos do que o atual tetracampeão. E que não se intimida ao encontrá-lo na pista (será por usar em seu capacete o número do famoso "Intimidator"?). Vimos uma Fórmula 1 onde novos talentos como Bottas, Magnussen e o já citado Ricciardo colocarem no bolso uma geração talentosa que conta com os desmotivados Alonso e Raikkönen, que não contam com um equipamento à altura, e também superam um Massa em fase de renovação, junto com um time que há muito não vê a glória mas nunca desiste de procurá-la. Enfim, se os motores não rugem como deveriam, as boas surpresas e disputas compensam essa deficiência. Só uma pena, uma pena mesmo, que na próxima fase do campeonato contemos com lugares como Índia, Coréia e Abu Dhabi, tão tradicionais no automobilismo como Snowboard no Brasil. O problema não são os locais em si, mas os traçados que não permitem cenas como Button e Pérez dividindo a Lesmo, Ou Magnussen dando um chega-para-lá em Bottas na primeira chicane. A falta da caixa de brita na Parabólica não tirou o brilho da corrida, e a temida primeira chicane pregou boas peças em Rosberg, que mostrou ali precisar de algo mais se quiser ser realmente campeão - e ele quer. Talvez agora fique um pouco mais difícil de mostrar se seu talento realmente será decisivo, em pistas onde se ganha mais por estratégia e menos por braço, já que não teremos Parabólicas, Eau Rouges ou Copses.
O fim da temporada europeia deixou aquele gostinho de quero mais. De saudade de um GP em Paul Ricard, da grande Parabólica do Estoril, das longas retas de Hockeinheim. A temporada europeia mostrou que dá para recuperar, sim, a competitividade e a emoção da Formula 1. E quem sabe a FIA resolva perceber o que os fãs de Formula 1 realmente querem: menos esquinas e mais curvas de verdade.

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