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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Numerologia da sorte: Número 5, parte 3


A Lotus herdou o número 5 ao ver seu ex-piloto Emerson Fittipaldi vencer e roubar seu número 1 ao final de 1974. Aliás, depois do campeonato de 1972, o time não conseguia emplacar mais do que umas poucas vitórias, até que em 1977, Colin Chapman iniciou uma revolução.  Tratava-se do Lotus 78, o primeiro modelo a utilizar de forma aerodinâmica as entradas laterais de ar, no que seria conhecido como carro asa. Neste ano, a Lotus desenvolveu o que seria  o modelo mais aerodinâmico perfeito da história, o Lotus 79.
Para completar a estrutura de um time feito para ser campeão, Colin colocou como companheiro de Mario Andretti o sueco Ronnie Peterson, no cockpit anteriormente ocupado por Gunnar Nilson, que embora tivesse sido contratado pela Arrows, estava afastado para tratar de câncer (doença que o derrotaria no final daquele ano).
Montada a estrutura e desenvolvido o carro, Mario Andretti não teve muitas dificuldades para vencer logo de cara, no GP de Buenos Aires.  Peterson, que fora contratado para ser seu escudeiro, terminara em um modesto quinto lugar. Mas nas próximas etapas, a Lotus não ratificaria o desempenho: Com um singelo quarto lugar no Brasil, um sétimo na África do Sul, um segundo em Long Beach  e um décimo primeiro em Monaco, Mario Andretti era seriamente ameaçado pelo argentino Carlos Reutmann, que a esta altura estava empatado nos pontos mas levava a vantagem com duas vitórias. Mas foi só isso. A partir da Bélgica, Andretti passaria a destruir os adversários. Com Reutmann em terceiro, Andretti assumia, a partir daí, a liderança do certame, para não mais perdê-la. Venceu o GP seguinte (Jarama) sem que Reutmann terminasse a prova, e embora não tenha terminado o GP de Anderstorp, Andretti viu Reutmann ser apenas o décimo, sem marcar pontos.  O ítalo-americano emplacou uma dobradinha com Peterson na França, e após os dois não terminarem em Brands Hatch, Andretti venceu em Hockeinheim sem que nenhum de seus principais adversários terminassem a corrida.  E após abandonar em Zeltweg, viu Reutmann desclassificado em uma corrida que marcaria a última vitória de Ronnie Peterson na Formula 1.  Na prova seguinte(Zandvoort), mais uma dobradinha com Andretti na frente. O campeonato estava terminado. Com 63 pontos, Andretti somente poderia perder i título para Peterson, que estava então 12 pontos atrás com ainda 3 corridas restando.  Reutmann tinha menos da metade dos pontos de Mario, apenas 31, sendo que havia apenas 27 pontos em jogo.
A festa estava pronta. Restava apenas a Andretti terminar na frente de Peterson (já previsto em contrato) para que ele pudesse sacramentar uma temporada perfeita. Ao seuco, caberia então fechar a dobradinha. Mas ninguém contava com o que viria a acontecer. A largada do GP de Monza foi confusa. Enquanto os carros da frente já estavam alinhados, e os de trás ainda terminavam de se posicionar no grid, a luz verde se acendeu. Quem vinha atrás acabou fazendo uma largada lançada, e os carros chegaram embolados na chicane. Pior para Peterson, que acabou sendo lançado de frente para o gard rail. Sua Lotus teve a frente destroçada e o carro explodiu. Peterson foi retirado pelos companheiros com as pernas quebradas e foi levado para o hospital ainda consciente. Ele teve o pé amputado, e no dia seguinte sofreria uma embolia. Em um campeonato para ser perfeito, a Lotus perderia um de seus maiores astros.
A Lotus pouco se preocupou com o restante do campeonato. Chamou o francês Jean Pierre Jarier para ocupar o lugar de Peterson, mas este não marcou pontos, bem como Andretti, cujo título fora consolidado após a morte de Peterson, que não pôde ser alcançado na tabela e conquistou o vice pós-morten. Curiosamente, 8 anos antes, também em Monza, a Lotus perdeu Jochen Rindt, que também não foi superado nos pontos, sendo o único campeão pós-morten da história. De forma melancólica, a Lotus vencia seu último campeonato na Formula 1. E os números 5 e 6, herdados pela Brabham.

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