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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Quem manda?

Certa vez Ayrton Senna disse que muitas vezes o excesso de autoconfiança pode jogar contra você. Talvez tenha sido o que aconteceu com Fernando Alonso nessas 4 temporadas pela Ferrari. O espanhol chegou como promessa de construir forte, seguindo o exemplo do que Michael Schumacher havia feito na década anterior. Tomou o lugar do último campeão do time, ninguém menos do que Kimi Raikkönen e exigiu exclusividade no tratamento da equipe. Em troca, não foi capaz de desenvolver o carro, desestruturou seu companheiro de equipe e falou poucas e boas do time. Até que a paciência acabou.
Luca di Montezemolo sempre deixou claro que o trabalho deve girar em torno do time, e não de um único piloto. Fernando pode até ter se sobressaído na Renault, mas em Maranello o negócio é diferente. Como disse Nelson Piquet certa vez, em sua época, quando Gilles Villeneuve vencia, a manchete era “FERRARI VENCE com Villeneuve” e quando ele vencia, “PIQUET VENCE com a Brabham”. Os anos se passaram, mas ainda tem que ser assim se você corre em Maranello.
Durante 4 temporadas Alonso mandou e desmandou no time, até que Hungaroring foi a gota d’água. 

Tomou puxão de orelha público depois de criticar a equipe e se colocar como responsável único pelos bons resultados (o que não deixa de ser uma verdade parcial, mas não total, uma vez que não tem talento para desenvolver um carro). Teve que engolir uma placa na linha de chegada em Spa cujo único objetivo era mostrá-lo o quanto ele foi mais lento do que Vettel, e por fim, não teve como segurar Felipe Massa na equipe da maneira que gostaria. Pior: Terá como rival o último campeão de Maranello, Kimi Raikkönen.
Kimi, aliás, consolida sua volta por cima com este novo contrato. Depois de ter sido demitido, voltou depois de duas temporadas em um time que não é o ideal, venceu corridas e ainda fez Montezemolo baixar o topete e chamá-lo de volta, justamente a fim de pressionar aquele que nunca teve como preferência um companheiro como Kimi. E ao que parece, agora os dois vão ter que se virar se quiserem vencer corridas, como foi na época em que Kimi dividiu o cockpit com Massa. E afinal, deu certo na época.
Com a decisão da contratação de Kimi, a Ferrari parece ter finalmente entrado no século 21. A história de ter somente um galo no galinheiro não vem funcionando, e de 2007 para cá a equipe amargou derrotas para McLaren, Brawn e Red Bull. Alonso chorou e esperneou, reclamou do carro, dos colegas de trabalho e até das regras. Agora chegou a hora do vamos ver. Enfrentará um dos pilotos com maior força psicológica do grid, que se cala na hora das entrevistas, cochila na cadeira e deixa para mostrar serviço na pista. É será somente uma das atrações para a esperada temporada de 2014. Porque a de 2013, já está decidida.

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