Falando de Corrida

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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Powerless



Foi melancólico o final do reinado de Will Power em São Paulo. Em um fim de semana de muito azar da Penske, Will abandonou a prova depois de ter largado lá atrás por uma bobeira do time, que também prejudicou seu companheiro Hélio Castroneves. Bobeiras de equipes, aliás, foram marcas registradas da 4ª edição da São Paulo Indy 300. Sobretudo da KV Racing, que jogou fora uma atuação até então irrepreensível de Tony Kanaan, que após liderar a corrida depois de belas ultrapassagens acabou ficando sem combustível, o que lhe custou uma volta. Mas ontem ficou mais do que claro que o que vale para o público não é quem ganha, e sim o nível do espetáculo. O público que lotou as arquibancadas do Anhembi ficou de pé para assistir à duas belíssimas performances dos carismáticos Takuma Sato e James Hinchcliffe nas últimas voltas. Sato, já com os pneus desgastados, vinha sendo pressionado fortemente por Joseph Newgarden, quando este tentou uma manobra mais ousada e acabou perdendo a posição para Hinchcliffe, que passou a ir com tudo para cima de Sato. Mas o japonês voador não quis vender barato seu posto, e fechou o canadense o quanto pôde. O público vibrou com as manobras dos dois pilotos, e o duelo foi acabar somente a poucos metros da chegada, quando James finalmente conseguiu ultrapassar Sato depois de uma ultrapassagem espetacular. Foi então que percebi, que embora a preferência do público seja pelos pilotos brasileiros, a beleza do esporte sobrepõe qualquer torcida. No final, todos empolgados, mas com preferências divididas. Uns achavam que Sato merecia a vitória por sua habilidade, outros acharam injustas as manobras do japonês, o que tornava Hinchcliffe o merecido vencedor. 

Na minha opinião, o grande vencedor foi o público que acompanhou a prova e dessa vez saiu mais do que satisfeito. Depois de 4 edições, parece que finalmente a organização acertou em todos os pontos, fosse na pista, nos eventos paralelos à corrida e também nas dependências. Dessa vez pouco deixou-se a desejar, e muita gente, na saída do Anhembi, prometeu voltar no próximo ano. É um sinal de evolução de todos os lados, e tomara que a imprensa finalmente acorde para o fato de que o que queremos é esporte, e não apenas torcer por atletas brasileiros.

Observação 1: Para quem gosta de show na pista, o modo americano de fazer corrida é um prato cheio. Dificilmente alguém abre aquele mundo de distância na frente, o que permite vários carros disputando a ponta nas últimas voltas, depois de várias trocas de líderes. E nem sempre quem laga na frente é o vencedor, nem mesmo em circuitos de rua...

Observação 2: A prova mostrou que no Brasil, o problema do automobilismo é mais falta de divulgação do que outra coisa. Mesmo com menos popularidade que a Formula 1, a Indy lotou o Anhembi, e mesmo quem desconhecia a categoria e foi só para acompanhar a família, saiu de lá empolgado mesmo com o mau resultado dos brasileiros, além de saber quem era quem mesmo no início da corrida. E com a quantidade de corridas que temos aqui a preços populares (ou até com entrada franca), não há outro motivo para a falta de público do que a falta de divulgação.



2 comentários:

  1. Fantástico artigo...
    Com um adendo...o "S" após a reta do Sambódromo tem que mudar de novo...eles não acertaram a receita ainda...não é digna de um traçado de prova internacional ainda...não contempla a velocidade e tamanho de um carro de Indy(muito menos o Pandemônio criado em uma largada onde 10 carros precisam passar ao mesmo tempo por ali)...

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    1. Concordo com você, uma curva muito apertada para essas máquinas, precisa redesenhar para acabar com o já tradicional enrosco...

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