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segunda-feira, 25 de março de 2013

Quem tem o direito de vencer?



Já vi muitos tipos de vitórias. Vitórias merecidas, vitórias vergonhosas, vitórias que caíram no colo, vitórias no tapetão... mas ontem foi a primeira vez que vi alguém se desculpar por ter vencido. Não que Sebastian Vettel não tenha feito nada de errado. Seu companheiro não esperava por uma reação após a equipe informá-lo que tudo ficaria como estava. De qualquer maneira, venceu na pista, e em uma bela batalha, como Didier Pironi fez com Gilles Villeneuve no GP de Ímola de 1982. Mas quem pode culpá-los?
Quando um piloto chega para um GP, ele imagina que tendo condições, irá, no mínimo, brigar pela vitória. Aliás, essa é a lógica do esporte. E para um tricampeão como Sebastian Vettel, é ilógica a história de que “O importante é competir”. Talvez o seja para Felipe Massa, que nunca negou que corria para o time, ou para Nico Rosberg, que aceitou ficar atrás de Lewis Hamilton em mais uma vergonhosa ordem de Ross Brawn. Mas não para Vettel.
Se alguém errou ontem, foi a cúpula da Red Bull, que sempre bateu no peito orgulhosa por sua postura, o time que (desculpem o trocadilho) até hoje deu asas aos pilotos para voarem livres, resolve mudar de atitude e beneficiar Mark Webber (famoso por achar o time injusto) sendo que Vettel tinha condições de brigar. Ok, jogo de equipe faz parte da F1, os interesses econômicos contam muito e blá blá blá. Acontece que para mim isso não é esportividade, não é disputa. Assim como não acho que faça parte do esporte escolher um piloto pelo bolso e não pela habilidade, como acontece com as nanicas que precisam sobreviver.
Acordar cedo em um domingo (ao menos para mim) necessita de uma expectativa maior do que as ordens que uma equipe dará para definirem uma corrida. Esperar o que as equipes irão decidir é muito pouco para me fazerem acompanhar um esporte, por mais que eu goste dele. Asas que se abrem e botões de recuperação de energia para darem mais potência até deixamos passar, a tecnologia está aí para isso, não dá para assistir corrida de bigas. Mas esperar a definição da ordem de chegada por ordens de rádio não dá mais. E quando alguém pede desculpas por vencer, algo não está certo.
Na década passada assistimos à episódios ridículos, e há 3 anos vimos Fernando Alonso querer fazer o mundo de trouxa pelo rádio. Nos dois últimos anos a F1 tem sido diferente, com boas disputas e provas até mesmo pouco previsíveis. Espero que os episódios de ontem tenham servido para alguma coisa, e que muitos pilotos se inspirem na atitude de Vettel. Porque creio que ninguém quer ver corridas como os GP's da Áustria, Itália e Estados Unidos de 2002. Os fãs fãs merecem mais do que isso.

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