A Fórmula 1, que tantas vezes chegou à Suzuka para ser decidida, chega com grandes novidades. Com um campeonato para lá de aberto, o único GP interessante dessa fase do campeonato (que se divide entre Ásia e Oriente Médio antes de chegar à América) pode não ser palco de decisão de campeonato, mas vai ser palco de um momento, digamos, repetido na categoria: a aposentadoria de Michael Schumacher. O homem dos recordes da Formula 1 finalmente deixa a categoria, sem o brilho de outrora, superado como aqueles a quem Le mesmo superou. Segue-se o curso natural do esporte, assim como aconteceu com Nigel Mansell, Nelson Piquet, Niki Lauda, Emerson Fittipaldi, Graham Hill e tantos outros monstros sagrados. Um fim um tanto triste, após um retorno do qual esperávamos muito e pouco vimos. Um fim de carreira na Formula 1 não mais glorioso que o de Rubens Barrichello, que foi para a Indy depois de ficar sem cockpit.
Aliás, agora o desafio de tocar a Mercedes fica nas mãos de Lewis Hamilton. Tocar uma equipe que tinha tudo para decolar: Oriunda da meteórica Brawn e com Schumacher ao volante que viu apenas uma vitória de Nico Rosberg e resultados insatisfatórios que forçaram o alemão a uma retirada longe do que se esperava. Lewis troca uma McLaren que tem perdido corridas nos detalhes mas que tem um dos melhores carros do grid por uma Mercedes inconstante não só de corrida para corrida, mas durante cada corrida. Um carro que faz um início de prova fantástico mas que tende a desaparecer da zona de pontuação na parte final. Um desafio e tanto para alguém que está acostumado com a ponta, onde Schumacher sempre esteve quando guiava a Ferrari. Eu diria que a escolha da Mercedes foi mais acertada do que a do próprio Lewis, mas com Ross Brawn no comando tudo pode acontecer. E tomara, porque o brilho de Lewis é uma das peças-chave para uma F1 espetacular.
Quanto à McLaren e Sérgio Pérez, ambos saíram ganhando. O time trocou um piloto de ponta cujo temperamento fora da pista às vezes prejudica seu desempenho por um que tem amadurecido a cada prova, envergonhando o “talentoso” Fernando Alonso, de quem Pérez certamente não quis ser escudeiro, com toda a razão. Além disso, o mexicano chega em uma boa hora, já que a Vodafone deixa o time em 2013. Claro e Telmex serão muito bem vindas em tempos de crise, e trazidas por alguém competente. Era tudo o que o time precisava. E era tudo o que Pérez precisava.
Quanto à Ferrari, está pagando caro por sua vã filosofia. Embora Alonso ainda esteja na ponta do campeonato, o time está longe da briga pelos construtores pelo simples detalhe de ser um time de um piloto só. Não entende que Automobilismo é, acima de tudo, um esporte individual, e dificilmente irá convencer um piloto a não ser campeão em favor do time. Assim como Nelson Piquet não quis no passado, a maioria não quer agora. Fala-se em Hulkenberg e Di Resta, mas acho difícil alguém topar a parada e se relegar ao papel que Felipe Massa tem desempenhado no time. O mais antagônico está em Luca di Montezemolo defender um terceiro carro na categoria. Pela sua vã filosofia, a Ferrari deveria mesmo era defender que uma equipe pudesse ter apenas um carro. Um certo espanhol iria ao delírio. E não por seu talento, mas talvez porque saiba que na Formula 1 existem pilotos muito mais rápidos do que ele.
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