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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Último Ato



No último domingo, o Autódromo Nelson Piquet (ou o que restou dele) recebeu seu último evento nacional. O tradicional circuito em Jacarepaguá finalmente será destruído por completo após quase 50 anos de história. Uma pena, pois em um país carente de autódromos de alto nível irá fazer muita falta, principalmente com um traçado tão seletivo e interessante.
A etapa da Copa Petrobrás de marcas que marcou a despedida do circuito foi emocionante e digna de uma grande despedida. A chuva apareceu e causou incidentes e grandes manobras, principalmente por parte de Thiago Camilo, que deu um verdadeiro show de habilidade, vencendo a etapa depois de largar lá de trás. A etapa anterior havia sido vencida por Denis Navarro.
Mas falando sobre o fim do autódromo, foi possível observar o total descaso com o qual as administrações dos últimos 15 anos trataram um circuito tão importante. Palco de 10 GP’s de F1 entre 1978 e 1989, Da Indy de 1996 até 2000 e da Motovelocidade dos anos 90 ao início dos 2000, a pista passou a ser tratada como algo secundário a partir do início da década passada. Perdeu as etapas da Indy e da Motovelocidade (hoje Moto GP) e passou a sediar apenas campeonatos nacionais. O Oval construído em 1995 não voltou a ser usado, e em 2006 foi anunciado que parte da pista seria desativada para a construção de um complexo esportivo para os Jogos Panamericanos (como se não houvesse mais áreas disponíveis no Rio). Paulo Scaglione (ex presidente da CBA) lutou na justiça mas foi inútil: boa parte da pista deixou de existir.
Mesmo assim o Autódromo continuou sendo utilizado, com seu traçado reduzido para pouco mais de 3 Km. Parte do Oval misturado ao misto também era utilizado em algumas corridas (como a Stock Car), mas o autódromo só esperava os dias até uma canetada final. E esta foi dada justamente quando a cidade foi escolhida como sede das Olimpíadas de 2016. Somente me questiono o que será do complexo após os jogos...
Há o projeto para a construção de um novo autódromo, mas ainda não se deu início. Eu ainda penso que teria sido mais fácil ter mantido Jacarepaguá de pé e que o complexo tivesse sido iniciado na área onde pretende-se construir o novo autódromo, se é que será construído. Demolir um dos grandes templos do nosso automobilismo é só mais uma mostra do quanto nosso automobilismo é valorizado. E depois não adianta chorar e reclamar de quem nos representa lá fora. Isso é só um reflexo do descaso com esse esporte em nosso país.

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