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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Formula 1, do jeito que a gente gosta


Muita gente não gosta de circuito de rua, dizem que as corridas são chatas, sem ação e decididas na estratégia. Mas ontem não foi assim, aliás, nem um pouco. Ultrapassagens, toques, acidentes e quebras tornaram o GP de Valencia histórico, onde dos 4 primeiros, apenas um largou entre os 10, e não foi o vencedor da prova.


Claro que não dá para discutir a vitória de Alonso. O espanhol foi agressivo nos devidos momentos, e contou com a sorte em dois momentos: Um quando viu o carro de Sebastian Vettel sair de sua frente para abandonar a prova, e outro, quando Romain Grosjean (com um carro superior) deixou de aparecer no seu retrovisor também com problemas. Aí contou com a ajuda de Lewis Hamilton, péssimo estrategista, que não só segurou Kimi Raikkönen somente para que o espanhol pudesse escapar da Lotus e ainda fez a besteira de tentar segurar Pastor Maldonado quando os pneus já tinham ido embora. Estupidez pura, jogou preciosos pontos fora e que vão fazer falta neste campeonato tão equilibrado.
Não deu para dizer também que os pilotos não arriscaram. Claro que isso causou inúmeros toques, dois deles envolvendo Felipe Massa e Bruno Senna, que acabaram com suas corridas comprometidas. Uma pena, pois os dois tinham chance de um bom final, principalmente Felipe, que vinha para fazer o último trecho com pneus mais macios que os líderes, e com uma Ferrari bem equilibrada. Bruno ainda fez uma bonita recuperação, terminando em 11º após um pneu furado e um drive through.
Embora a vitória de Alonso tenha sido incontestável e com autoridade, não dá também para dizer que foi o único a brilhar em Valência. Michael Schumacher deu um show que até agora havia faltado após seu retorno à categoria. Fez belas ultrapassagens, pilotou com precisão e ainda segurou Mark Webber de maneira fantástica no final da prova. Um Mark Webber, aliás, que também não foi menos espetacular, ganhado nada mais nada menos do que 15 posições do momento em que a luzes vermelhas se pagaram até o momento da bandeirada.
Para mim, quem ficou devendo um pouco foi Kimi Raikkönen. O finlandês tem andado com uma cautela um pouco exagerada, que embora o faça conquistar bons pontos, acaba lhe tirando a tão esperada vitória pós-retorno, e se Alonso veio tão de trás, ele poderia ter vencido sem muitas dificuldades. Mesmo assim, é muito melhor do que o que fez Hamilton, e tem se mostrado em melhor forma do que, por exemplo, Michael Schumacher após seu período de ausência.

Após Valencia, tudo o que dá para ter certeza é de que não há um favorito para o próximo GP, e muito menos para o título, que está totalmente em aberto. O equilíbrio tem sido marca dessa nova F1, o que há muito tempo não se via. Sorte de quem mora em São Paulo, porque nesse ano terá a chance de acompanhar a final daquela que talvez seja a temporada mais disputada e imprevisível de todos os tempos.

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