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terça-feira, 8 de maio de 2012

Salut Gilles



Algumas pessoas dizem que não é necessário que um piloto seja campeão para ser considerado um grande piloto. Penso um pouco diferente. Acho que quando se é um grande piloto, torna-se desnecessário Ser campeão. Mas quantos ainda são lembrados sem que nunca tenham tido um título? Bem, aí podemos citar um ou dois, mas certamente o nome que vem à cabeça é Joseph Gilles Henry Villeneuve, ou simplesmente, Gilles Villeneuve. O canadense nunca foi campeão, pilotava mais por prazer do que pela vontade de vencer, e as vitórias acabavam sendo uma mera conseqüência.
Gilles dispensa apresentações ou uma biografia mais precisa. Palavras sempre serão insuficientes para descrevermos sua genialidade e talento. Andar somente com 3 rodas, com o bico do carro despedaçado e lhe tirando totalmente a visão em uma pista molhada e ser o responsável pelo pega mais sensacional da história da Formula 1 (mesmo que a disputa seja apenas pelo segundo lugar) são momentos capazes de eternizar um piloto muito mais do que um título mundial.
Infelizmente, há exatos 30 anos, Gilles entrou na pista pela última vez, em Zolder. Faltando poucos minutos para o fnal do treino, ele tentava superar o tempo de seu companheiro Didier Pironi, a quem havia acusado de deslealdade no GP de Imola. Didier havia ignorado ordens da equipe e passou Gilles nas voltas finais. O pega foi fantástico, mas culminou com a vitória do francês e Gilles de cara amarrada no pódio.  Gilles já vinha de decepções no GP do Brasil (quando fora superado por Nelson Piquet e seu Brabham fora do regulamento) e havia sido desclassificado em Long Beach após ter conseguido um pódio. Gilles não queria se decepcionar de novo em Zolder, e no treino de sexta tentava bater o tempo de Pironi quando o carro de Jochen Mass apareceu lento no caminho. A Ferrari de Gilles decolou e capotou por diversas vezes, partiu-se ao meio e lançou Gilles contra a cerca de proteção. Gilles fraturou a coluna cervical e ainda foi levado com vida ao hospital, mas infelizmente morreu após algumas horas.

Não dá para dizer que após Gilles houve um piloto igual. Nem a precisão de Ayrton Senna ou a velocidade de Michael Schumacher foram suficientes para que o canadense fosse esquecido. E, sinceramente, só alguém muito bom é digno de um busto sem nunca ter vencido um campeonato. E não um busto em qualquer lugar, mas na sede da Ferrari em Maranello. Mas é pouco. Pela falta que ele faz, deveria ganhar uma estátua em cada autódromo ao redor do mundo. Quem sabe isso inspiraria os pilotos a pilotarem com tanta paixão quanto Gilles, que não reclamava do carro e não dependia que ele estivesse inteiro para terminar as corridas. Salut Giilles. 



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