Alguns GP’s entram para a história justamente pelas adversidades, que muitas vezes evidenciam talentos. A chuva foi quem mais fez isso ao longo da história, e Ayrton Senna ao menos por 3 vezes se beneficiou do mau tempo, em Monte Carlo (1984), Interlagos e Donington (1993). O GP da Malásia não foi diferente, sobretudo para Sérgio Pérez. A pilotagem demonstrada pelo mexicano foi suficiente até mesmo para relegar ao segundo plano a não menos brilhante conquista de Fernando Alonso. Além disso, Pérez justificou o interesse da Ferrari, embora claramente o time não seja o melhor para jovens talentos nas atuais condições.
Além de Alonso e Pérez, fica impossível não destacar outros dois pilotos que simplesmente deram show, com inúmeras ultrapassagens: Bruno Senna e um certo Kimi Raikkönen. Bruno teve um começo conturbado, mas depois da relargada acabou estabelecendo um ritmo forte e uma pilotagem precisa. Não errou mesmo com a pista em condições ruins, passou por gente como Schumacher e terminou na frente de gente como Vettel. Conquistou em um único GP mais do que a Williams fez durante toda a temporada passada, e escapou de errar como seu companheiro fizera em Melbourne. Enfim, acabou fazendo mais do que realmente todos esperavam dele.
Quanto à Kimi Raikkönen, esse dispensa qualquer tipo de comentário. Seu talento e sua velocidade não se abalaram em dois anos afastado da F1. Kimi é o mesmo da estréia 11 anos atrás, voando e ultrapassando do jeito que ele gosta de fazer. Não me surpreenderá se ele conquistar alguns pódios ao longo da temporada, e eu ficaria muito feliz se um dos grandes o chamasse. E embora Alonso tenha feito o impossível, continuo achando que o finlandês teria feito muito mais se continuasse na Ferrari.
Infelizmente, mais uma vez, o destaque negativo ficou para Felipe Massa. O brasileiro mais uma vez não apresentou desempenho próximo ao seu companheiro de equipe, e a imprensa italiana pede sua cabeça. Fica a pergunta: O que será que realmente está acontecendo com Felipe?