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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Quem te viu, quem te vê..


Para quem acompanha a Formula 1 há pelo menos duas décadas, pareceria impossível que um dia a Williams frequentasse o final do grid. Com um carro projetado por Adrian Newey (hoje na Red Bull) e um arsenal de aparatos eletrônicos, a equipe dominava o certame de tal foram que Ayrton Senna chegou a declarar que os FW 14 pareciam ter vindo de outro planeta. E não foi só: A equipe se deu ao luxo de dispensar campeões mundiais duas temporadas seguidas e ainda esnobou um patrocinador com a qual já contava havia 8 anos, a Canon. A equipe foi a melhor escolha até 1998, quando a Renault deixou de apoiar a categoria. A equipe então não viveu bons resultados como “Wiiliams Mecachrome” nem como “Williams Supertec”, os apelidos do enfraquecido motor  Renault.
A equipe ainda viveu uma boa fase com a volta dos BMW, de 2000 a 2005, inclusive disputando o mundial de 2003 com Juan Pablo Montoya. Desde então, cadê a Williams?
Eu citei o início da década de 90 apenas para não me prolongar demais nem fazer do post uma biografia, afinal a equipe dividiu com a McLaren a glória de potência da década de 80, fazendo 3 campeões e disputando títulos em quase todos os anos. Mas a resistência do time em se aliar à uma montadora acabaram levando a equipe a uma queda vertiginosa.
Tome como exemplo sua principal rival nos anos 80, a McLaren. Nunca viu problema em se associar a nenhuma fábrica. Nos anos 80 foi a Porsche, que saiu e deu lugar à Honda. Ambas as parcerias foram de grande sucesso e juntas somaram 6 campeonatos. No meio dos anos 90 foi a Mercedes, que agora não dá apoio oficial mas ainda fornece (bons) motores ao time de Woking.
A falta de exploração no marketing dos pilotos e a falta de interesse em mantê-los no time também não ajudaram muito. Quem se lembra, por exemplo, de um piloto da equipe que tenha virado um grande ídolo? O único que esteve prestes a sê-lo foi Juan Pablo Montoya, quem a equipe deixou escapar para a rival de Woking. Já, na McLaren, campanhas publicitárias dos patrocinadores e parceiros tecnológicos já envolveram seus principais pilotos, como Mika Hakkinen, Lewis Hamilton, Fernando Alonso, Ayrton Senna e Jenson Button. Estes apareceram em comerciais de bancos, carros e até café expresso. A Williams nunca procurou associar seus pilotos à produtos, pois para eles o mais importante era o carro, que cá entre nós, não tem muito apelo comercial nem carisma para atrair patrocinadores, a não ser que  o carro seja da equipe seja a Ferrari.
Agora que está no buraco, a equipe está tentando desesperadamente reverter a situação e revendo seus conceitos. Procura associar a imagem de Bruno Senna e Pastor Maldonado aos poucos parceiros, conta com o motor campeão mas que não está interessada em desenvolver um carro, apenas em equipar o melhor de todos. Em suma, lembra a Lotus de 1994.
Infelizmente, não creio que a Williams vá muito longe na Formula 1. Uma pena, mas o velho Frank deveria ter percebido que hoje em dia não há mais na Formula 1 espaço para os românticos garagistas de outrora, o que também é uma pena.

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