Eu me lembro de quando eu tinha um certo preconceito para com a Fórmula Truck. Não dá para negar que ela é um pouco diferente do automobilismo que estamos acostumados, onde vemos carros de turismo iguais aos nossos ou objetos de desejo como Ferraris ou Lamborghinis. Ninguém vê o caminhão de Danilo Dirani e sonha em um dia ter um igual para passear por aí. Mas desde que o próprio Danilo me convenceu a acompanhar a categoria, me arrependo somente do tempo passado, quando eu preferia assistir qualquer outra corrida.
E domingo mais uma vez percebi que quem reclama da falta de show de algumas categorias (Leia-se Formula 1 e Stock Car, que vivem mudando as regras na tentativa de tornar corridas mais emocionantes), deveria fazer como eu fiz e passar a acompanhar a “estranha” categoria. E nada como uma boa final de campeonato com grandes pilotos disputando o título e nenhum dos outros concorrentes abrindo mão da vitória.
Foi por isso que Wellington Cirino Resistiu a uma luxação no pé causada durante a comemoração da pole (caiu de mau jeito quando os membros da equipe o jogaram para cima) e partiu para a briga defendendo a sua posição já na largada. Mas, curiosamente, quem não resistiu ao calor de Brasília foi o robusto caminhão. Foi também o que aconteceu com Paulo Salustiano, que vinha bem forte na briga pelas primeiras posições. Danilo Dirani vinha dando um show. Partiu da sexta posição e ganhou a de Felipe Giaffone já na largada, e com belas ultrapassagens, cravou a volta mais rápida por várias vezes até alcançar a terceira posição. E quando estava perto de conquistar mais uma posição, o caminhão também começou a perder rendimento.
Geraldo Piquet, que largou dos boxes e lutava pelo título também fez várias ultrapassagens, mas dependia da vitória para ser campeão, o que seria difícil. Principalmente com um Giaffone inspirado, que ao contrário dos concorrentes, viu o rendimento de sua máquina aumentar da metade da corrida para frente. Resultado: Mais show na pista e uma vitória para consolidar mais um grande ano de alguém que abdicou da carreira internacional para fazer uma bela carreira por aqui.
Mas com tantos shows, um em particular me chamou a atenção: de um respeitável senhor de 71 anos que dá a impressão de que irá correr enquanto viver. E correr bem, afinal, chegar em terceiro no calor de Brasília enfrentando pilotos com menos da metade de sua idade não é para qualquer um.
Pedro Mufatto honrou sua longa e respeitável carreira em uma corrida fantástica, em uma categoria fantástica e com pilotos fantásticos. Um verdadeiro exemplo de paixão e profissionalismo, que mostra que motivação é muito mais do que meia dúzia de palavras. E por esse ano foi “só”. E como é bom assistir um final de campeonato pensando que é uma pena que acabou. Será que um dia voltaremos a sentir isso de novo também na Formula 1? Aliás que F1 que nada, vou mais é esperar o ano que vem e curtir a Truck...
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