No próximo domingo, 27 de novembro de 2011, o GP do Brasil chega à sua 39ª edição oficial (todos têm conhecimento, foram 2 GPs sem contar pontos: Interlagos em 1972 e Brasilia 1974), com muitas histórias de emoção e atos heróicos. Desde o lendário traçado antigo, passando por uma década quase inteira no Rio, o GP teve momentos como a dobradinha Pace-Fittipaldi em 1975, uma pequena irregularidade de Piquet em 1982 que ele mesmo se redimiu de forma magistral no ano seguinte, as vitórias improváveis de Senna em 91 e 93, chegando à batalha épica de Felipe Massa e Lewis Hamilton em 2008, e o grande momento de um inglês, quando Jenson Button deu um show em 2009 para se sagrar campeão quando já era tido como um talento desperdiçado, dando a grande reviravolta em sua carreira.
O respeitável senhor de 71 anos, nosso querido autódromo, sobreviveu à sanha política (quase se tornou um conjunto habitacional no final da década de 90), e felizmente não teve o trágico fim de Jacarepaguá, que só espera o tiro de misericórdia. Tem se tornado o grande elefante branco de nosso país, onde os autódromos caem num ostracismo total, e graças ao GP ele se mantém vivo e completamente ativo. Passou por 3 tragédias neste ano e só não recebe a Indy graças ao domínio de uma rede de televisão que julga ser dona do país e que me deixou, mesmo como forma de protesto solitário, desprestigiar de perto o GP deste ano, fazendo sua filosofia valer na tela muito mais do que o GP realmente merece.
No ano que vem faz quarenta anos que a F1 desembarcou por aqui pela primeira vez. Claro que muita coisa mudou, está mais organizado e não se vê a festa que se via naquela época, com barracas de camping e o gramado sendo mais disputado do que a arquibancada, e é uma pena que o título não tenha ficado para ser disputado aqui, como nos anos de 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009, além de 2010 ainda ter mudado a história do campeonato com a vitória de Vettel. Mas é um risco válido, afinal ser o último GP do ano pode valer tudo ou quase nada, como neste ano. Mas isso também não é o suficiente para impedir que os apaixonados possam acompanhar a F1 de perto.
Dentre algumas lembranças que guardo do GP, como sobreviseiras e até mesmo algumas peças de F1, uma é mais especial do que todas, e se trata do maior golpe de sorte que já dei: Encontrei uma edição da revista Auto Esporte cuja capa falava da vitória de Emerson no GP de 1974. Um achado por si só, mas tive a sorte de ter a edição autografada pelo Rato, além de poder tirar uma foto com este grande ídolo da minha infância (embora eu nem pensasse em nascer na época dessa corrida). E quando eu pensava que tudo ia ficar por aí, ainda tive o prazer de vê-lo, em uma tarde de domingo ensolarada, acelerar a Lotus preta e dourada na minha amada pista. Depois disso existem poucas coisas que eu possa querer ver em Interlagos, mais a que vou esperar sempre, é ver de novo a Ferrari disputando uma final de campeonato. E quando acontecer de novo, não terá protesto que me faça ficar em casa.
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