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terça-feira, 25 de outubro de 2011

O drama da Ferrari


A Ferrari passa por uma das piores fases dos últimos 10 anos. Não pode em nada ser comparada com o time de 10 anos atrás, da fase de ouro vivida com Michael Schumacher, que aliás, levantou a equipe depois de 21 anos sem um título de pilotos. Não pode nem mesmo ser comparada à Ferrari de 2008, onde levou o mundial de construtores e por pouco, muito pouco, não levou o de pilotos. Há até quem diga que no ano passado a equipe viveu um bom ano, mas não concordo. O time italiano esteve sempre à sombra dos rivais, aproveitando apenas os seus erros para levar a briga até a última corrida do ano. E como neste ano os rivais erraram pouco, o time dificilmente brigará até mesmo pelo vice. Mas como um time cai tanto como tem acontecido com a Ferrari?
No início de 2010, não havia quem não apostasse num domínio do time italiano. Contando com uma dupla de pilotos que até então era considerada a mais apta e com um carro que havia andado bem nos testes, parecia que o time reverteria o ano ruim de 2009, quando o time contou apenas com uma vitória de Kimi Raikkonen em Spa e ainda viu Felipe Massa sofrer um grave acidente. Com Fernando Alonso recém-chegado, a única dúvida era saber se os pilotos teriam tratamento igualitário. Mas logo na etapa de abertura, no Bahrein, percebeu-se que o time não teria um ano fácil como a pré-temporada anunciava. Sebastian Vettel somente perdeu o GP por problemas mecânicos, e nem a dobradinha italiana foi capaz de convencer. Resultado: Com inconstância por parte de todos no time e erros de estratégia que repetiram 2008, a Ferrari mais uma vez perdeu o título. Mas, bem ou mal, a disputa foi até o último GP (que a Ferrari perdeu por um erro tático fantástico) e o time venceu algumas corridas com Fernando Alonso, que exigiu claramente que o time fosse dele e para ele, o que fez Felipe Massa se desmotivar grandemente.
Em 2011 mais uma vez a promessa era de renascimento, e a equipe parecia pronta a se vingar. Felipe Massa pareceu plenamente à vontade com os novos pneus na pré-temporada, e prometia que dessa vez iria encarar Alonso de frente. Alonso, por sua vez, prometia que seu companheiro teria vida dura e que se afirmaria como candidato ao título. Pura ilusão: Os dois continuaram com os problemas de aquecimento nos pneus e o carro mostrou-se incapaz de permitir que os dois brigassem por vitórias, no máximo alguns pódios, apenas a circunstancial vitória em Silverstone.
A Ferrari de Stefano Domenicalli lembra muito a de Cesare Fiorio, na transição da década de 80 para a de 90, quando a equipe viu bons pilotos se mandarem para não afundarem com o time, que na época parecia totalmente perdido, com cada um indo para um lado, exatamente como acontece agora. Falta sinergia entre pilotos, engenheiros e até mecânicos. Alonso e Massa são bons pilotos, porém incapazes de levarem o time a um caminho vitorioso, não por não serem rápidos, mas por não terem espírito de liderança que sobrou em alguns campeões (como Nelson Piquet, Ayrton Senna e o maior de todos nesse quesito, Michael Schumacher). Sobram desculpas e faltam soluções. Nem a saída de Aldo Costa fez diferença, e algo precisa ser feito rápido. Até mesmo os pilotos já estão na berlinda, afinal, dois jovens pilotos andaram pilotando em Maranello (Jules Bianchi e Sergio Perez), o que mostra que ninguém está seguro dentro do time, que tem recebido um bom dinheiro do banco espanhol mas que não tem sabido aplicá-lo. Fernando é um bom garoto propaganda na TV, mas não tem correspondido na pista, assim como seu desmotivado companheiro Felipe Massa, o que faz Stefano Domenicalli bater a cabeça como um galo cego em todos os lados, sem contudo achar uma solução. Traduzindo: Eu não queria estar na pele de nenhum deles.
Espero que a Ferrari esteja realmente focada no próximo ano, já que 2011 virou história. É triste ver um dos maiores times de todos os tempos não ser nem mesmo uma boa opção para os pilotos, já que ninguém parece disposto a ir para lá, exatamente como há 20 anos. Felipe e Fernando têm reclamado como Alain Prost, e todo mundo conhece qual foi seu destino. Soluções rápidas são necessárias, do contrário, a Ferrari pode reviver seu pior pesadelo, e aí serão alguns anos sem títulos. E, francamente, sem a Ferrari disputando, a Fórmula 1 é (bem) mais chata.

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