Falando de Corrida

Novidades, lembranças e curiosidades do nosso esporte a motor

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sexta-feira, 29 de julho de 2011

A maior vitória de Emerson


O ano era 1996, dia 28 de julho. Ainda se recuperando da perda de Ayrton Senna, os fãs brasileiros estavam se ligando mais na Indy (que ainda não tinha virado CART), onde um exército de bons pilotos brazucas e disputas mais equilibradas aumentavam a audiência do SBT nas tardes de domingo. Os brasileiros já haviam conquistado duas vitórias naquele ano: A épica vitória de André Ribeiro na Rio 400 e a fantástica vitória de Gil de Ferran em Cleveland, algumas semanas antes. Porém, a categoria passava por um momento triste, pois na prova anterior, em Toronto, um acidente havia tirado a vida de Jeff Krosnoff e de um comissário de pista.
A categoria estava reunida novamente para disputar as 500 milhas de Michigan, prova mais veloz da categoria. Prova disso foi o recorde de velocidade estabelecido naquele final de semana por André Ribeiro, a 407 Km/h.
A prova estava em seus momentos iniciais, quando o jovem canadense Greg Moore tentava ultrapassar Emerson Fittipaldi e tocou o carro do brasileiro. A mais de 300 por hora, o carro bateu fortemente de traseira no muro do oval. A cena do carro se arrastando com o óleo em chamas mostrava o quanto a batida tinha sido forte. Quando o carro parou, com a traseira desintegrada, o atendimento foi imediato, mas logo percebeu-se que o acidente era sério. Embora consciente,  Emerson foi levado às pressas para o centro médico, e em seguida transferido para um hospital, onde seriam feitos exames mais minuciosos.
André Ribeiro fazia uma prova espetacular, mas as atenções estavam mais voltadas para Emerson, de quem esperávamos notícias. E elas não eram muito boas. Embora Emerson não corresse sério risco de vida, uma vértebra havia explodido, o que podia levá-lo à uma paralisia. Além disso, um dos ossos fraturados havia perfurado um de seus pulmões.
Enquanto André vencia pela última vez na Indy, os médicos lutavam contra o tempo para evitar graves seqüelas em Emerson. Após algumas cirurgias e alguns dias de internação, Emerson passou por um longo período de recuperação, enquanto avaliava sua volta às pistas. Um ano depois, um acidente de ultraleve fez Emerson desistir definitivamente de voltar à Indy. Melhor assim, afinal, é ótimo ter conosco um de nossos maiores heróis, e acima de tudo, um excelente ser humano.

terça-feira, 26 de julho de 2011

A alma do gênio


Dizem que o artista coloca a alma em sua arte. Neste caso, nenhuma alma venceu tantos títulos na Formula 1 como a de Sid Mosca. Além dos títulos de Emerson, Piquet e Senna, Sid ainda colocou sua alma em capacetes de outros campeões, como Keke Rosberg e Mika Hakkinen. Sid soube como ninguém criar a identidade perfeita para cada piloto, como a bola de tênis de Piquet (que não deixava Sid mudar nada ao longo dos anos) ou as linhas de Emerson Fittipaldi, que passaram por várias mudanças, sem contudo perderem sua essência, e que Sid considerava sua menina dos olhos.
A genialidade de Sid fez com que ele criasse também um dos carros mais bonitos da história, aliás, quem não se lembra do Comercial do carro da Hollywood, no final dos anos 90 que estampou os carros de Maurício Gugelmin e Felipe Giaffone na Indy? Pintura, aliás, que foi copiada por muitos pilotos em categorias de base aqui no Brasil.
Mas, talvez a maior façanha de Sid tenha sido com uma pintura que embora lendária, não tenha sido criada por ele. Foi no GP do Brasil de 1977, quando um incêndio durante os treinos arruinou a pintura do carro de Mario Andretti. Naquele tempo, não havia computadores para criarem adesivos em questões de minutos, nem peças sobressalentes o suficiente para recuperar toda a carenagem da Lotus. Foi aí que Sid entrou em ação: Desenhou, à mão, cada detalhe da pintura negra e dourada da JPS Lotus, e entregou à tempo de o carro largar em perfeitas condições.

Embora Sid tenha perdido sua batalha contra o câncer, sua arte será sempre lembrada através das imagens dos grandes campeões, levada veloz como vento a 300 por hora pelos autódromos ao redor do planeta, afinal, Sid não criou pinturas, e sim criou para os pilotos capacetes que serão lembrados, muitas vezes, mais do que seus próprios rostos.

domingo, 24 de julho de 2011

No talento


Dentre todas as coisas que me chamam a atenção na Formula 1 atual, uma é mais notável que todas as outras: as corridas ficam bem mais interessantes quando a McLaren anda bem. E tudo isso por um único motivo: Lewis Hamilton. O talento do inglês se sobrepõe ao domínio técnico da Red Bull e ao poder político da Ferrari e Alonso. Claro que o talento de Vettel é imprescindível ao time rubro-taurino, mas o que Lewis fez hoje só serviu para confirmar o que todo mundo sabe: Na Formula 1 não é impossível ultrapassar. Vi vários ataques durante a prova, porém é notável que hoje em dia muitos pilotos se esqueceram que  só ultrapassa quem deixa para frear por último. Webber e Alonso foram dois que demonstraram pouco talento na matéria, recolhendo seus carros por diversas vezes quando emparelhavam os carros. Felipe Massa sofreu para passar Nico Rosberg, mas se redimiu nas voltas seguintes ao seu primeiro Pit Stop, executando várias ultrapassagens até alcançar o quarto posto, inclusive passando por Vettel, que havia errado. A corrida foi bem movimentada, e quando Webber tentou passar Hamilton, na entrada da reta, o inglês mostrou toda sua capacidade: deu o troco no australiano ainda no meio da reta, e este não teve tanta competência para retomar a posição. Ficou então em um jogo de comadre com Alonso, e na segunda rodada de Pit Stops tentou ir para cima do inglês. Resultado: mais uma vez Webber arregou...
Na volta seguinte uma surpresa: A Ferrari fez um Pit Stop perfeito e devolveu Alonso à frente de Lewis. Esse provou que não espera, e sim cria o momento ideal: fez uma manobra quase idêntica à que Webber tentou executar na volta anterior, porém sem hesitar, e por fora, colocou Alonso no bolso. E Alonso? Pôs a viola no saco e ficou quietinho até o fim...
Na última volta, nenhuma surpresa: Massa e Vettel entraram ao mesmo tempo nos pits, com Massa à frente. Mas a Ferrari mais uma vez jogou a corrida de Massa no lixo, demorando 2 segundos a mais do que a Red Bull. O resultado final foi o seguinte:



1
Lewis HAMILTON
McLaren Mercedes
ING
1:37:30.334
60 voltas
3


2
Fernando ALONSO
Ferrari
ESP
+3.980

3


3
Mark WEBBER
Red Bull Renault
AUS
+9.788

3


4
Sebastian VETTEL
Red Bull Renault
ALE
+47.921

3


5
Felipe MASSA
Ferrari
BRA
+52.252

3


6
Adrian SUTIL
Force India Mercedes
ALE
+1:26.208

2


7
Nico ROSBERG
Mercedes
ALE
+1 volta

3


8
Michael SCHUMACHER
Mercedes
ALE
+1 volta

3


9
Kamui KOBAYASHI
Sauber Ferrari
JAP
+1 volta

2


10
Vitaly PETROV
Renault
RUS
+1 volta

2