Logo de cara ele foi considerado um fenômeno. Não foi à toa que o jovem inglês se tornou uma enorme pedra no sapato do até então grande Fernando Alonso. Lewis Hamilton provou não só que era rápido, mas capaz de enfrentar de igual para igual um campeão que já estava estabelecido na Fórmula 1 como um dos grandes de sua época, fazendo o espanhol iniciar uma guerra contra a própria equipe. E convenhamos que se dentro da equipe, um piloto como Alonso, que havia inclusive levado o banco espanhol para a McLaren, foi preterido, é porque o novato era mesmo talentoso. E provou isso no ano seguinte, em uma disputa heróica e memorável com Felipe Massa, da qual saiu campeão por apenas um ponto, em uma das melhores disputas de campeonato dos últimos anos.
Mas, de repente, Lewis passou a pilotar de uma maneira que não é a sua. Ele sempre foi agressivo e dono de um estilo arrojado, o que é muito raro hoje em dia. E muito admirável também. Mas Lewis vem fazendo bobagens que não são próprias de um campeão. Talvez o fato de sua carreira não estar mais na mão de seu pai, mas são só especulações. Na minha opinião, o ambiente muitas vezes hostil da Fórmula 1, prejudica jovens talentos como Lewis. Um exemplo: Por enquanto, Sebastian Vettel é um gênio, um fenômeno, mas mais cedo ou mais tarde aparecerá um cara mais jovem e tão ou mais talentoso, como aconteceu com Lewis, como aconteceu com Alonso, que derrubou Schumacher, e por aí vai. E no caso de Lewis, a “Lewismania” pode ter sido ótima quando ele tinha condições de vencer, mas agora que a Red Bull massacra os rivais, o sucesso se torna pressão. Lembro-me quando perguntaram à Kimi Raikkonen o que ele achava da Lewismania, e o finlandês respondeu com toda sua categoria: “Pergunte isso à ele”. Não que Kimi fosse mal educado, mas chegou jovem e também sofreu o mesmo tipo de pressão, até o momento em que mostrou que não queria mais. Isso acontece quando o piloto descobre que Fórmula 1 não é só pilotar, mas sim ter que responder pelo que acontece dentro e fora da pista, e o que acontece fora é o que não dá para segurar, afinal é lá que está quem banca toda a brincadeira, que é cara e precisa de retorno. Aí o piloto deixa de ser um ser humano, e muitos não resistem à isso. Como Kimi, o grande Kimi, que agora pilota para se divertir.
Confio na pilotagem de Lewis. O inglês não é qualquer um, já demonstrou e já provou. Não pode deixar é que as notícias e comentários maldosos o derrubem psicologicamente, pois o que vale para eles não é o show, e não estão nem aí para o ser humano.
Desejo força à Lewis, porque talento ele já possui. E seria trágico para a Fórmula 1 perder um piloto desses, como aconteceu com Kimi, o grande Kimi.
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