O final do Grande Premio de Silverstone não foi o suficiente para diminuir a vergonha do que foi a primeira parte da corrida. Nem as recuperações de Felipe Massa e Lewis Hamilton serviram para deixar uma imagem positiva do que é a Formula 1 hoje. Foram 4 pneus que explodiram sem nenhuma forte razão,uma entrada do Safety Car para amenizar o problema e um batalhão de fiscais para recolherem detritos na pista, como isto fosse razão para explicar o problema.
Em 2009, me lembro de conversar com Matheus Stumpf, que na época pilotava um Dodge Viper na GT3 Brasil e sofria constantemente com os pneus que explodiam. A fábrica não dava uma razão jusificável para o problema, que não ocorria com o fornecedor, a Michelin. Nossa Stock Car também sofre com este tipo de situação, mesmo em corridas curtíssimas. Nestes três casos (F1, Stock e GT3), só existe uma coisa em comum, que é o fornecedor de pneus. Sendo assim, me pergunto: Como trabalha a Pirelli e quanto levam a sério o automobilismo? Será que a única coisa que importa para eles são as fotos de seus P-Zero estampando as matérias sobre F1 e as placas de publicidade espalhadas pela pista ou a qualidade de seus compostos?
A desculpa da Pirelli está na encomenda que a F1 faz dos pneus. Ok, mas eles devem perder a aderência, e não explodirem como balões de festa. Hoje o prejuízo ficou em alguns pontos para Lewis Hamilton e Felipe Massa, mas pneus que explodem a 300 por hora podem causar consequências mais graves, afinal é um esporte que envolve muitas vidas. Fora o prejuízo de imagem para a categoria, o que afasta público, patrocinadores e montadoras. Quem vai querer gastar milhões em carros competitivos para os verem perder corridas por falta de pneus? Eu não ficaria muito contente. Imagine então a Mercedes, que hoje poderia ter emplacado uma dobradinha com o piloto local no topo do pódio.
Não existem pneus imunes à estouros, isto é fato. Mas não se vê acontecendo isso tão frequentemente com os Firestone da Indy, Goodyear da NASCAR e Michelin da WEC. A Michelin, aliás, que sofreu um problema semelhante no GP dos USA de 2005, quando fornecia pneus para a F1 e que obrigou a corrida a contar com apenas 6 carros. Aquele foi uma espécie de suicídio da marca na categoria, embora o episódio tenha sido muito menos vexatório do que as duas últimas temporadas da Pirelli.
Por mais emocionante que tenha sido o GP de Silverstone, com um final tão eletrizante, não serão apagadas facilmente as situações causadas pelos pneus Pirelli. está na hora de algo ser feito, afinal, fica cada vez pior acordar no domingo de manhã e ver uma categoria cada vez mais distante do que um dia foi a F1, inclusive em qualidade de equipamentos.
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