Falando de Corrida

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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O Rumo Natural



Depois de um início surpreendente, com tantos pilotos e equipes diferentes vencendo, a Formula 1 chegou à Ásia e voltou a tomar seu rumo natural. Ao que tudo indica, o campeonato que começou diferente dos últimos 29 anos, tem tudo para terminar como os últimos 2, com Sebastian Vettel  na frente. Alonso provou que não dá para ser campeão contando somente com a sorte, tem mostrado que não é superior ao companheiro de equipe e a Ferrari, mais uma vez, toma na cabeça por manter a arcaica filosofia de um piloto só. Não aprendeu a fazer diferente com aconteceu em 2007 e 2008, quando Kimi e Felipe tinham igualdade e a equipe só resolveu dar preferência quando realmente só um piloto poderia levantar a taça. Deu certo com Kimi e por muito pouco, quase com Felipe. Em 2008, o mundial de construtores foi para Maranello mesmo com Felipe não levando o título, de 2010 para cá, nem isso. Mas a equipe não aprende, e nada me faz crer que será diferente em 2013. Azar da equipe, que não deixou Felipe andar o que podia até agora para roubar pontos dos adversários. É o que dá acreditar que dá para levar o campeonato só baseado na sorte e na boa vontade da FIA em mudar os regulamentos em detrimento dos principais adversários.
A McLaren está decepcionando feio na fase final. O time que saiu de Monza como favorito depois de 3 vitórias seguidas, vem amargando abandonos de seus 2 pilotos e não vem andando mais do que a Lotus, que aliás supera o time de Woking no mundial de pilotos. Claro que muito se deve ao talento de Kimi Raikkönen, mas é inadmissível que um time desse porte falhe tanto a ponto de jogar o ano fora. A inconstância vem fazendo o time comer poeira, e se Hamilton fizer a Mercedes achar o caminho das pedras, terá feito um bom negócio.
Em contrapartida, a Red Bull vem remando na direção contrária. O trabalho da equipe não tem sido mais fácil do que o das demais, mas suas filosofias e dedicação têm trazido resultados que foram capazes de desequilibrar o Mundial. Fora um abandono ou outro, a equipe deu pouca chance ao azar, soube aproveitar os bons momentos e se virou bem nos maus. Tudo bem, ainda faltam 4 provas para o final, mas duvido muito que alguém chegue nos Rubro-taurinos, principalmente com Vettel ao volante. Verdade que Alonso tem um marketing muito maior. Mas pelo vimos nas últimas 5 temporadas, confete não leva título. E como disse um certo Ayrton Senna, “Não existe marketing no mundo que sustente um blefe”.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A Nova cara do Mundial


O Mundial chegou à Suzuka com uma cara e saiu de lá com outra. Ok, foi uma prova monótona, daquelas que não ajudam em nada a manter acordado um cidadão às 3 da manhã, mas parece ter sido uma prova decisiva, como tantas vezes ocorreu nessa mesma pista, na mesma curva tantas vezes. Foi na pista em Mansell jogou o campeonato de 87 fora, onde Senna deu um show em 88, houve a polêmica de 89, polêmica em 90 e mais um erro de Mansell em 1991 (esses 2 últimos na mesma curva onde Alonso pode ter perdido o mundial desse ano, se tudo ocorrer dentro da normalidade). E Alonso que não se esqueça que foi em Suzuka, 2006, que Michael Schumacher praticamente abandonou a luta pelo título com uma quebra. É, a sorte também falta, e os erros acontecem.

O campeonato assumiu uma nova cara em outros aspectos, mas isso a partir de Singapura. As corridas emocionantes parecem ter acabado, e não dá pare se esperar muito das próximas pistas (apenas Interlagos tem um bom traçado até o final do ano), e a estratégia e as classificações serão decisivas daqui para frente. A Red Bull parece ter recuperado a velha forma que lhe deu os 2 últimos campeonatos, a McLaren permanece inconstante e a Ferrari é, mais uma vez, uma incógnita. Da Lotus não dá para se esperar muito, a não ser de seu piloto, que na minha modesta opinião tem sido o melhor até agora. Infelizmente, nesse ponto, automobilismo não é o esporte mais justo de todos, já que o piloto não depende 100% de si, como muitos se enganam em achar. Mas, falta de conhecimento já é outro papo...
Embora o caminho pareça traçado para o tri de Sebastian Vettel, eu não me arrisco a apostar em nada. Ainda tem muito chão até Interlagos, muita coisa pode acontecer e certamente sorte, azar e erros aparecerão nas próximas etapas. E ao que parece, as expectativas para as próximas etapas serão em torno de quem terá sorte, azar ou cometerá os erros. Parece pouco se compararmos ao campeonato que tivemos até Monza, mas estão aí os fatores que serão decisivos para a decisão do Mundial. E será que chega até Interlagos?
P.S.: Estão dizendo que a etapa de Austin não será transmitida pela TV Globo, que dará preferência à antepenúltima etapa do campeonato brasileiro. Não será a primeira nem a última vez, e só deixa claro o respeito que a mídia brasileira dá ao esporte a motor no Brasil. Como a Fox Sports, que tem dado uma péssima cobertura ao Chase da NASCAR. O jeito é procurar streaming, o que já está virando costume.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

As novidades em Suzuka



A Fórmula 1, que tantas vezes chegou à Suzuka para ser decidida, chega com grandes novidades. Com um campeonato para lá de aberto, o único GP interessante dessa fase do campeonato (que se divide entre Ásia e Oriente Médio antes de chegar à América) pode não ser palco de decisão de campeonato, mas vai ser palco de um momento, digamos, repetido na categoria: a aposentadoria de Michael Schumacher. O homem dos recordes da Formula 1 finalmente deixa a categoria, sem o brilho de outrora, superado como aqueles a quem Le mesmo superou. Segue-se o curso natural do esporte, assim como aconteceu com Nigel Mansell, Nelson Piquet, Niki Lauda, Emerson Fittipaldi, Graham Hill e tantos outros monstros sagrados. Um fim um tanto triste, após um retorno do qual esperávamos muito e pouco vimos. Um fim de carreira na Formula 1 não mais glorioso que o de Rubens Barrichello, que foi para a Indy depois de ficar sem cockpit.
Aliás, agora o desafio de tocar a Mercedes fica nas mãos de Lewis Hamilton. Tocar uma equipe que tinha tudo para decolar: Oriunda da meteórica Brawn e com Schumacher ao volante que viu apenas uma vitória de Nico Rosberg e resultados insatisfatórios que forçaram o alemão a uma retirada longe do que se esperava. Lewis troca uma McLaren que tem perdido corridas nos detalhes mas que tem um dos melhores carros do grid por uma Mercedes inconstante não só de corrida para corrida, mas durante cada corrida. Um carro que faz um início de prova fantástico mas que tende a desaparecer da zona de pontuação na parte final. Um desafio e tanto para alguém que está acostumado com a ponta, onde Schumacher sempre esteve quando guiava a Ferrari. Eu diria que a escolha da Mercedes foi mais acertada do que a do próprio Lewis, mas com Ross Brawn no comando tudo pode acontecer. E tomara, porque o brilho de Lewis é uma das peças-chave para uma F1 espetacular.
Quanto à McLaren e Sérgio Pérez, ambos saíram ganhando. O time trocou um piloto de ponta cujo temperamento fora da pista às vezes prejudica seu desempenho por um que tem amadurecido a cada prova, envergonhando o “talentoso” Fernando Alonso, de quem Pérez certamente não quis ser escudeiro, com toda a razão. Além disso, o mexicano chega em uma boa hora, já que a Vodafone deixa o time em 2013. Claro e Telmex serão muito bem vindas em tempos de crise, e trazidas por alguém competente. Era tudo o que o time precisava. E era tudo o que Pérez precisava.
Quanto à Ferrari, está pagando caro por sua vã filosofia. Embora Alonso ainda esteja na ponta do campeonato, o time está longe da briga pelos construtores pelo simples detalhe de ser um time de um piloto só. Não entende que Automobilismo é, acima de tudo, um esporte individual, e dificilmente irá convencer um piloto a não ser campeão em favor do time. Assim como Nelson Piquet não quis no passado, a maioria não quer agora. Fala-se em Hulkenberg e Di Resta, mas acho difícil alguém topar a parada e se relegar ao papel que Felipe Massa tem desempenhado no time. O mais antagônico está em Luca di Montezemolo defender um terceiro carro na categoria. Pela sua vã filosofia, a Ferrari deveria mesmo era defender que uma equipe pudesse ter apenas um carro. Um certo espanhol iria ao delírio. E não por seu talento, mas talvez porque saiba que na Formula 1 existem pilotos muito mais rápidos do que ele.