Falando de Corrida

Novidades, lembranças e curiosidades do nosso esporte a motor

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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Indy Experience


Como já falei aqui, morar em São Paulo nos traz experiências incríveis, como poder fazer parte de corridas como Formula 1 e IndyCar (por aqui chamada de Fórmula Indy). Para quem está nos bastidores, um misto de correria, cansaço, expectativas e muitas outras emoções que são impossíveis de sentir mesmo quando se acompanha da arquibancada, o mais próximo que a maioria do público consegue chegar. Ouvir os motores roncando na garagem durante um briefing da sinalização na sexta-feira já fazia a expectativa crescer, e a emoção toma conta até mesmo de quem já está há tanto tempo acompanhando as corridas de perto. James Swintal, responsável pela sinalização da IndyCar, explica sobre os novos motores, e enquanto um dos motores turbo ronca, ele diz: "Motores turbo, som de carro de corrida de verdade", e sou obrigado a concordar, mesmo que me agrade o som agudo e metálico do Ferrari F1. Mas ouvir aquele Chevrolet biturbo realmente arrepia qualquer apaixonado por automobilismo.
Entre atividades de pista e passeio pelos boxes, nota-se a diferença clara entre F1 e Indy: a ausência da pressão desumana da categoria magna do automobilismo mundial. Quem encontrasse qualquer um dos pilotos na pista ou nas garagens, podia sentir um automobilismo diferente, mais puxado para aquela época romântica em que os pilotos carregavam seus mecânicos até a garagem (no caso da Indy ainda o fazem em carrinhos de golfe) ou esbarram em você cumprimentando-o com um grande sorriso no rosto. A impressão que se tem é de que realmente tudo está sendo feito com paixão, e não somente como negócio, embora este ainda prevaleça e seja o principal combustível do automobilismo.
A ausência de pressão e o excesso de paixão emocionam Ernesto Viso enquanto a torcida grita o nome de Rubens Barrichello, durante o desfile dos pilotos antes da corrida. Rubens, aliás, parece simplesmente surpreso ao sentir a torcida tão perto. Passa o final de semana com uma calma que jamis pôde sentir em 18 anos de GP's do Brasil de Formula 1. Tem tempo para tirar fotos, conversar e, enfim, aproveitar a carreira, ao lado do grande amigo Tony Kanaan, com quem tem aprendido muito bem a arte de se relacionar na Indy.
Dessa vez, alguém indesejável não aparece na hora da corrida: a chuva. Ela deu as caras no Warm up e quase fez com que a corrida acontecesse mais cedo, mas por volta das 10 da manhã, resolveu deixar todos em paz e a corrida aconteceu sob céu nublado mas, felizmente, tempo seco.
Acompanhou-se mais uma corrida perfeita de Will Power, boas apresentações de Rubinho e de Tony Kanaan, prejudicados no final por um erro de estratégia muito comum da KV Racing (que tirou a vitória de takuma Sato em 2011) e uma corrida soberba de Dario Franchitti e Helio Castroneves, que em perfeita sintonia com seus times conseguiram terminar no Top 5 mesmo depois de andarem lá atrás.
No pódio, teria sido bem vindo um abridor de garrafas, o que deu um toque hilário no final da corrida, mas foi logo resolvido.

Voltando para o galpão, encontro no caminho uma asa perdida do carro de Charlie Kimball. Pego-a, porém não pretendo levá-la como souvenir. Procuro o time do pit lane e devolvo aos mecânicos. Enquanto um deles agradece, um deles me chama e me atira algo como agradecimento. Um boné do time que ele tirou do meio de uma caixa onde estão uniformes e acessórios. Sorrindo, ele me diz "a cap". Fiquei feliz, afinal, também faço parte da Indy. Infelizmente a festa acabou em São Paulo, e no caminho de casa a chuva aparece. A Indy se foi, e a cidade volta a seu ritmo normal. Volto para casa para curtir minhas férias, levando grandes lembranças e ansioso pela próxima SP Indy 300, nossa grande festa americana.


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Para recordar... e torcer!


Você se lembra da primeira vez da Indy no Brasil? Bom, se você tem menos de 16 anos, com certeza não viu. E quem morava no meu bairro não viu o começo da corrida, porque justamente naquele domingo faltou luz, mas não lembro o motivo. Só lembro que eu fiquei ferrado da vida, afinal estava acompanhando a Indy assiduamente como milhões de brasileiros, já que o SBT tinha um excelente marketing para a categoria e víamos nela um escape para a falta que Ayrton Senna fazia na F1. A prova que era realizada no Rio de Janeiro, tinha outra novidade: Um inédito (e agora extinto) circuito oval no Brasil. A Indy, então com 8 brasileiros (se não me falha a memória), contava com grandes chances de um vencedor brasileiro para a etapa, e o carismático André Ribeiro vinha andando bem durante todo o final de semana. Bom, o resumo da ópera é que o final da corrida foi dramático, quando o brasileiro perdeu a liderança mas a recuperou quando o líder foi para o muro, mas um final muito feliz para a torcida brasileira. Bom, melhor mostrar do que ficar falando, certo? Então aproveite para relembrar, e quem sabe neste ano teremos mais um final desses...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Enfim, SP vale a pena


São Paulo é uma cidade cheia de problemas. Claro, isso acontece entre as maiores cidades do mundo, onde o ranking inclui nossa querida Capital. Mas embora SP seja trânsito, superpopulação e tantos outros problemas, Acaba se tornando capital mundial do automobilismo. Exagero? Vamos lá: A Capital Paulista já recebeu as principais categorias do mundo: Le Mans Series, FIA GT, Formula 1 e, desde 2010, a Indy Car. E a cidade pode se orgulhar de ser a única do mundo a receber as duas principais categorias de monopostos do planeta. Um tanto antagônico, uma vez que o automobilismo brasileiro tem vivido quase exclusivamente das categorias de turismo.
Poréns à parte, estar na capital nas épocas de IndyCar e F1 se torna um atrativo. Ser um turista dentro da própria cidade não é uma aventura exclusivamente minha, e a maneira como as pessoas olham para as estruturas em torno do Anhembi prontas para receber a Indy é, no mínimo, interessante. Tenho o privilégio, mais uma vez, de tirar férias bem no meio dessa festa, e ir para o Anhembi exercer minha função de bandeirinha por puro prazer. Só espero que neste ano a chuva não apareça, e quem sabe faço diferente do ano passado, quando fiquei tão preocupado em tirar fotos do circuito e dos carros nas horas de intervalo que esqueci de tirar ao menos uma foto de mim mesmo. Mas acontece.Também nem tem muito sentido tirar fotos de mim mesmo, afinal me olho no espelho todos os dias, e ver os carros a 300 por hora na Marginal, é só uma vez por ano. E é tudo isso que faz valer a pena viver no meio dessa bagunça chamada de Cidade de São Paulo.

Desgosto


Em certos momentos é impossível ser parcial. Quando se é Ferrarista e a escuderia está em crise, por exemplo. Lembro-me de não ter ficado contente quando a Ferrari trocou Kimi por Fernando, mas achei que o nível técnico dos dois era meio parecido, sabe como é. Mas acho que não julguei bem a situação. Aliás, meu julgamento foi péssimo. No domingo eu percebi o quanto o marketing da Ferrari tira as vitórias do time e o empurra para um abismo cada vez mais profundo, motivado pela busca de grandes parcerias comerciais. Enquanto os chefes da Ferrari e da F1 tentam fazer com que o mundo engula que Fernando Alonso é o melhor de todos, ele tomou simplesmente uma surra de quem ele afastou do cockpit do time vermelho.
Raikkönen não está em um grande time. O nome Lotus apenas remete às lembranças de um time que um dia foi referência na F1, e que hoje é o resto de uma Renault que Alonso ajudou a destruir. E a segunda posição de Kimi não foi comemorada por ele não só pelo seu estilo gelado, mas porque ele acredita que poderia ter vencido se não fosse por erros de estratégia. E não foi um pódio conquistado devido à alterações climáticas, como a pífia vitória de Fernando na Malásia, onde quase perdeu para Sérgio Pérez, não senhor. Foi um pódio conquistado com belíssimas ultrapassagens e velocidade pura. Kimi não teve que reclamar para comissários para que pudesse ganhar posições, a Lotus não pediu que Grosjean abrisse caminho e Kimi não se beneficiou por paradas. E ainda foi o suficiente para que o vencedor Vettel ficasse relegado a segundo plano.
O estilo de Kimi não combinava com a aristocracia de Maranello. Desligar o telefone na cara de Schumacher ou se esquivar dos abraços de Jean Todt não atraíam patrocinadores. Suas vitórias parecem não ter trazido tantos resultados financeiros quanto a falácia de Choronso e a F1 tentando convencer o público de que o espanhol é o melhor de sua geração. Enquanto Kimi abria caminho, Fernando estava preso atrás de Nico Rosberg, esbravejando aos comissários que punissem o alemão por suas fechadas de porta. Talvez ele tenha pedido que alguém passasse um rádio ao alemão informando que ele estava mais rápido, mas ele se esqueceu que isso só vale para seus companheiros de equipe, os quais ele exige que recebam um tratamento extremamente inferior. Percebe-se inclusive por Grosjean, que quase afundou sua carreira ao lado de Fernando e agora divide o pódio com Kimi.
Fico pensando até quando Fernando ficará na Ferrari. Ele já não é nenhum jovenzinho, a maioria dos times já não manifesta desejo por ele e ele mostra uma incompetência cada vez maior em reerguer a Ferrari. soma-se a isso o fato de ninguém ser besta de querer dividir o cockpit com ele, já que ele faz questão de vencer seus companheiros fora da pista, porque no fundo sabe que dentro dela seu talento não é grande como muitos fazem parecer.
Enquanto isso, resta a nós, ferraristas, admirarmos a pilotagem e o estilo fantástico de alguém que foi dispensado pela ferrari (sim, em letra minúscula) em troca de acordos comerciais. Ou quem sabe, o time também tenha sido enganado achando que Fernando era a melhor opção. Mas para quem realmente gosta de F1 mais do que da ferrari (em letra minúscula), restam dois consolos: O time negro e dourado está de volta. E com um homem de gelo ao volante. E pelo raro sorriso em seu rosto, é mais do que claro que ele realmente está de volta.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Miscelânea Outra opinião – F1 (temporada 2012)


Amigos, a F1 anda emocionante, com 3 vencedores diferentes em 3 etapas, várias ultrapassagens e corridas muito disputadas... NOT!!

Pode ser má vontade minha ou rabugice, mas eu continuo em desagrado com a principal categoria do automobilismo mundial. Tirando a excepcional vitória de Alonso na Malásia, com um carro inapropriado, lento – quase um tijolo com quatro rodas – o certame anda esquisito.

Eu sou um saudosista, eis a verdade. Admiro os bólidos, mas é a destreza humana que me chama a atenção, e esta razão anda abalada desde que a F1 inventou estes subterfúgios a aumentar o desempenho (asas móveis, KERS e pneus que se deterioram). É claro que grandes pilotos ainda se destacam, não à toa vemos grandes exibições de Button e Alonso, principalmente, mas por outro lado vemos corridas pífias de Vettel, Schumacher e Massa, que inegavelmente são rápidos, porém gastam mais borracha que os outros.

Apenas como comparativo, transpondo essa realidade para décadas passadas, veríamos uma supremacia de Prost, Lauda e Piquet, enquanto que os Villeneuves, Rosbergs, Mansells e Sennas das vida não dariam seus shows característicos ou teriam as mesmas chances de vitórias por não chegarem com pneus em condições de disputa ao final dos GP’s.

Enfim, ainda espero que ao invés de calendários cheios, pistas mequetrefes e de soluções com padrão “professor aloprado” de qualidade para inflacionar a disputa (como a do desgaste dos pneus ou molhar a pista artificialmente) a F1 volte a se tornar o celeiro de grandes e arrojados pilotos que sempre foi, correndo pelas pistas tradicionais com as quais sonhamos acordados a ponto de memorizar as curvas e com o talento e braço sobrepujando qualquer estratégia ou táticas de equipe.

terça-feira, 17 de abril de 2012

I am Indy!


Neste ano, quem gosta de automobilismo não tem muito do que reclamar. Se na Formula 1 parece que as limitadas regras de projetos equilibraram o campeonato, na Indy os novos carros fizeram a categoria voltar ao que um dia foi. Os belos pegas em Long Beach foram de encher os olhos e motivo suficiente para deixá-los grudados na tela.
Desde a largada, quando Joseph Newgarden tentou ir para cima do tetracampeão Dario Franchitti, até a  fantástica chegada com Simon Pagenaud grudado em Will Power, a corrida foi cheia de incidentes, acidentes e muitas, muitas ultrapassagens. E mais uma vez Will Power mostrou competência para enfrentar os problemas que o jogaram para o meio do grid.
Com a troca geral de motores da Chevrolet, cada um dos pilotos equipados com o propulsor foi jogado 10 posições para trás, o que fez com que os pilotos da Honda se dessem bem no começo da prova. Os pilotos Chevy então tiveram que fazer estratégias mais arriscadas,  já que a pista californiana não oferece pontos seguros de ultrapassagem, como Newgarden mostrou logo na largada. Ele tentou passar Franchitti por fora na primeira curva e, claro, acabou na barreira de pneus. Marco Andretti tentou ultrapassar Graham Rahal e voou espetacularmente, também indo parar na barreira de pneus.
Enquanto isso, Will Power resolveu fazer o que sabe de melhor, e aliado à uma estratégia arriscadíssima, pilotou eficientemente, ultrapassando quando necessário sem correr grandes riscos. No trecho final da prova, ele era o segundo, ao passo que Simon Pagenaud voltou aos boxes logo atrás de Rubens Barrichello, que também tentava fazer uma parada a menos. Com pneus novos, Simon logo passou por Rubinho, que entrou nos boxes em seguida. Mais algumas voltas e Pagenaud já era o segundo, descontando quase 2 segundos por volta, enquanto a Penske exigia que Power economizasse combustível.
A estratégia funcionou perfeitamente, e Pagenaud entrou na última curva colado a Power, mas sem espaço suficiente para tentar uma manobra. Pouco atrás, Hélio Castroneves errou e acertou Rubinho, causando um congestionamento que impediu que quem vinha atrás conseguisse entrar na reta. Rubens acabou em nono.
Daqui menos de 15 dias a Indy será aqui no Anhembi, felizmente pertinho de casa.  É a chance de poder acompanhar de perto uma categoria que está renascendo a cada corrida, da melhor maneira. Um verdadeiro banquete para quem gosta do verdadeiro automobilismo.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Finalmente, F1 do jeito que a gente gosta!



São 3 vencedores diferentes, de 3 equipes diferentes em 3 GP´s na temporada de 2012. Sim, é o tipo da Fórmula 1 da qual todos nós gostamos, ainda mais com carros andando tão próximos uns dos outros. Parece que dessa vez a FIA acertou nas limitadas regras técnicas, o que não só trouxe mais emoção com também grandes surpresas. E aí quem via a Mercedes como leoa de treino, teve de engolir uma incontestável vitória de um Nico Rosberg andando com perfeição durante os principais dias no final de semana. Para a Mercedes, foi uma vitória para se afirmar como equipe grande, que era esperada desde que o time surgiu com base na meteórica Brawn. Para Nico, o fim de uma árdua espera de alguém que sempre andou bem mas até agora não havia subido ao degrau mais alto do pódio. Para Schumacher, foi seu dia de Rubinho. Viu o companheiro vencer antes dele e ainda ficou na mão depois de um erro no pit stop. O mundo dá voltas...
Mas Nico não foi a única surpresa da prova. Kimi Raikkönen deu show e só não marcou pontos por causa de um erro de estratégia do time. Mas provou que vai brigar por pódios ainda neste ano. E outro que fez bonito foi Bruno Senna. Aliás, a Williams vem fazendo muito bonito nesse início de temporada. Tem superado a Ferrari com facilidade e só não marcou pontos na Austrália por causa do erro de Maldonado. Desde então o time tem sido fraco nos treinos e compensando isso em ritmo de corrida, em boa parte por mérito dos dois pilotos, que têm feito a diferença em um grid mais equilibrado.
Quem não tem feito a mínima diferença é a dupla da Ferrari. Pede-se a substituição de Massa, mas acho que na verdade uma dupla substituição seria bem vinda, Tirando a vitória em condições adversas como a da Malásia, Fernando Alonso não tem feito mais do que pilotos de times como Sauber e a já citada Williams. Tem tomado manobras de pilotos como Senna, Pérez e Maldonado, que mostram talento suficiente para ocuparem um lugar melhor do que os carros em que pilotam. E não adianta Fernando reclamar do carro e nem querer sobreviver de elogios com o único objetivo de angariar fundos. É melhor o cara começar a mostrar talento (se é que um dia o teve), pois como disse um certo Ayrton Senna, não existe Marketing no mundo que sustente um blefe.