Falando de Corrida

Novidades, lembranças e curiosidades do nosso esporte a motor

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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Novidade



Seguindo o rumo natural da Formula 1, Sebastian Vettel faturou mais uma, Jenson Button fez o que pôde, Fernando Alonso beliscou um pódio, Mark Webber perdeu a oportunidade de terminar à frente de Alonso e, mais uma vez, Massa e Hamilton se envolveram em um acidente desnecessário, dessa vez com a culpa de Massa. Foi muito pouco para o primeiro GP na Índia, uma corrida com poucas ultrapassagens, como qualquer GP disputado em um circuito projetado por Hermann Tilke (que saudades de John Hugenholtz).
O GP só serviu mesmo para afirmar a superioridade de Vettel, que não pode ser justificada por um carro excepcional, afinal, na mão de Webber, o carro rende até menos do McLaren e Ferrari, o que me deixa cada vez mais convicto de que a Red Bull só começou a vencer devido ao talento do jovem alemão, e não o contrário, como muitos acreditam. E pelo que parece, essa será a cara da Formula 1 por um bom tempo, pois sempre existirá um piloto que faz a diferença, afinal pilotos como Michael Schumacher e Ayrton Senna também deixaram a Formula 1 monótona em suas épocas, embora mal tivessem chegado à F1 com a idade de Sebastian...
Quanto ao resto do grid, ninguém pareceu muito disposto a correr riscos, exceto Felipe Massa e Lewis Hamilton, mais uma vez. Os dois, aliás, não se envolveram em tantos acidentes nem mesmo quando disputaram o título de 2008, em um dos melhores campeonatos dos últimos anos, o que mostra a pressão que todos sentem na recém chegada “Era Vettel”. O acidente me pareceu mais um toque de corrida, assim como entre Lewis e Alonso na Malásia, mas a FIA faz questão de procurar culpados. Não sabem que uma coisa é evitar riscos, outra coisa é proibir os pilotos de disputarem ou defenderem posições, em uma tentativa de deixar a categoria ainda mais monótona. Mas deixa fácil entender porque os pilotos andam tanto em fila indiana e esperam as paradas nos boxes para ganharem posições.
Não há muito o que falar sobre Formula 1 atualmente, apenas destacar a superioridade de Vettel e os erros dos outros. Muito pouco para um esporte que eu cresci amando. Paciência. Como eu já disse, vou fazer como a Ferrari e esperar 2012...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O drama da Ferrari


A Ferrari passa por uma das piores fases dos últimos 10 anos. Não pode em nada ser comparada com o time de 10 anos atrás, da fase de ouro vivida com Michael Schumacher, que aliás, levantou a equipe depois de 21 anos sem um título de pilotos. Não pode nem mesmo ser comparada à Ferrari de 2008, onde levou o mundial de construtores e por pouco, muito pouco, não levou o de pilotos. Há até quem diga que no ano passado a equipe viveu um bom ano, mas não concordo. O time italiano esteve sempre à sombra dos rivais, aproveitando apenas os seus erros para levar a briga até a última corrida do ano. E como neste ano os rivais erraram pouco, o time dificilmente brigará até mesmo pelo vice. Mas como um time cai tanto como tem acontecido com a Ferrari?
No início de 2010, não havia quem não apostasse num domínio do time italiano. Contando com uma dupla de pilotos que até então era considerada a mais apta e com um carro que havia andado bem nos testes, parecia que o time reverteria o ano ruim de 2009, quando o time contou apenas com uma vitória de Kimi Raikkonen em Spa e ainda viu Felipe Massa sofrer um grave acidente. Com Fernando Alonso recém-chegado, a única dúvida era saber se os pilotos teriam tratamento igualitário. Mas logo na etapa de abertura, no Bahrein, percebeu-se que o time não teria um ano fácil como a pré-temporada anunciava. Sebastian Vettel somente perdeu o GP por problemas mecânicos, e nem a dobradinha italiana foi capaz de convencer. Resultado: Com inconstância por parte de todos no time e erros de estratégia que repetiram 2008, a Ferrari mais uma vez perdeu o título. Mas, bem ou mal, a disputa foi até o último GP (que a Ferrari perdeu por um erro tático fantástico) e o time venceu algumas corridas com Fernando Alonso, que exigiu claramente que o time fosse dele e para ele, o que fez Felipe Massa se desmotivar grandemente.
Em 2011 mais uma vez a promessa era de renascimento, e a equipe parecia pronta a se vingar. Felipe Massa pareceu plenamente à vontade com os novos pneus na pré-temporada, e prometia que dessa vez iria encarar Alonso de frente. Alonso, por sua vez, prometia que seu companheiro teria vida dura e que se afirmaria como candidato ao título. Pura ilusão: Os dois continuaram com os problemas de aquecimento nos pneus e o carro mostrou-se incapaz de permitir que os dois brigassem por vitórias, no máximo alguns pódios, apenas a circunstancial vitória em Silverstone.
A Ferrari de Stefano Domenicalli lembra muito a de Cesare Fiorio, na transição da década de 80 para a de 90, quando a equipe viu bons pilotos se mandarem para não afundarem com o time, que na época parecia totalmente perdido, com cada um indo para um lado, exatamente como acontece agora. Falta sinergia entre pilotos, engenheiros e até mecânicos. Alonso e Massa são bons pilotos, porém incapazes de levarem o time a um caminho vitorioso, não por não serem rápidos, mas por não terem espírito de liderança que sobrou em alguns campeões (como Nelson Piquet, Ayrton Senna e o maior de todos nesse quesito, Michael Schumacher). Sobram desculpas e faltam soluções. Nem a saída de Aldo Costa fez diferença, e algo precisa ser feito rápido. Até mesmo os pilotos já estão na berlinda, afinal, dois jovens pilotos andaram pilotando em Maranello (Jules Bianchi e Sergio Perez), o que mostra que ninguém está seguro dentro do time, que tem recebido um bom dinheiro do banco espanhol mas que não tem sabido aplicá-lo. Fernando é um bom garoto propaganda na TV, mas não tem correspondido na pista, assim como seu desmotivado companheiro Felipe Massa, o que faz Stefano Domenicalli bater a cabeça como um galo cego em todos os lados, sem contudo achar uma solução. Traduzindo: Eu não queria estar na pele de nenhum deles.
Espero que a Ferrari esteja realmente focada no próximo ano, já que 2011 virou história. É triste ver um dos maiores times de todos os tempos não ser nem mesmo uma boa opção para os pilotos, já que ninguém parece disposto a ir para lá, exatamente como há 20 anos. Felipe e Fernando têm reclamado como Alain Prost, e todo mundo conhece qual foi seu destino. Soluções rápidas são necessárias, do contrário, a Ferrari pode reviver seu pior pesadelo, e aí serão alguns anos sem títulos. E, francamente, sem a Ferrari disputando, a Fórmula 1 é (bem) mais chata.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Para acabar com a discussão



Basta surgir um novo destruidor de recordes para que se levante a já defasada pergunta: “Qual o melhor de todos os tempos?”. Ao mesmo tempo, surgem fãs apontando este ou aquele, dizendo “Senna foi o melhor que já existiu”, ou “Schumacher não será superado”, “Jim Clark foi o mais genial” e por aí afora. Bom, estive assistindo corridas antigas (década de 80), corridas muito antigas (década de 50) e corridas pré-históricas (década de 30), o que me fez chegar a uma conclusão: Jamais deve-se fazer comparações entre pilotos de épocas diferentes. Analisando alguns vídeos, chega-se a achar estúpido que volta e meia os “especializados” levantem essa discussão. Com o passar dos anos, tudo mudou no automobilismo, até a idade dos pilotos. Alguém com a idade de Vettel, por exemplo, jamais correria nas décadas de 40 ou 50, contra pilotos como Fangio ou Ascari. Isso não significa que seja pior ou melhor do que qualquer um deles. Em uma época onde sobreviver ao automobilismo já era uma vitória e o mais seguro era ser lançado para fora do carro para não morrer queimado, talvez sua estrutura física não lhe permitisse pilotar com a mesma precisão de hoje em dia em circuitos como Nordschleife. Por outro lado, Fangio e Ascari já estariam com idade muito avançada para a Fórmula 1 atual, onde se exige mais condicionamento físico do que força.
Vindo para uma época mais atual, como a década de 80, percebe-se a fragilidade dos carros. A extrema potência gerada pelos turbos fazia com que os carros quebrassem facilmente, e terminar 4 corridas seguidas era um feito enorme, o que hoje em dia é essencial para se manter na briga. Isso sem falar nos circuitos, com muito menos segurança e nenhuma diferença para o asfalto das ruas e estradas de qualquer cidade.
Neste ponto, a Indy acaba sendo muito mais automobilismo do que a Fórmula 1, embora seja também mais arriscada, como provou Dan Wheldon no último GP do ano. Aliás, até mesmo os circuitos mistos (como Sonoma e Portland) seriam impensáveis para um GP de Formula 1, que jamais aceitaria esse tipo de pista, como também as retas do Anhembi, que muitos pilotos consideram a melhor pista de rua da Indy.
A única coisa que pode ser comparada é o nível de profissionalismo de cada época. Do amadorismo dos primórdios até o altíssimo padrão até da alimentação dos pilotos de hoje, um verdadeiro abismo separa os pilotos, o que acabou deixando-os menos arrojados do que no passado. As regras não-me-toque têm transformado o automobilismo em algo pouco emocionante e excessivamente burocrático (o que impede, por exemplo, brigas como a histórica Gilles X Arnoux), sem falar do excesso de botões que um piloto tem que manipular. O que me dá cada dia mais uma certeza: Se trocassem todos esses botões por um pedal de embreagem e uma alavanca de câmbio, muita coisa seria diferente, e para melhor. Mas, já que isso não volta, vamos ter que aturar as perguntas dos grandes gênios do jornalismo, e, como diz aquele disco dos Titãs, teremos por muito tempo o melhor piloto de todos os tempos da última semana.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O último, mas o melhor de todos


Às  vezes a correria do dia-a-dia nos fazer esquecer de certas datas, mas basta entrar na Internet que logo aparece uma (boa) lembrança. E as de infância são sempre especiais. Por mais que minha mãe ficasse reclamando, uma vez ou outra eu dava um jeito de ficar acordado nas madrugadas para assistir a u GP de Formula 1. Mas há exatos  anos, não precisei ficar argumentando muito, mesmo porque não fiquei acordado sozinho. Passei o dia inteiro esperando por aquilo, tive que assistir ao Super Cine (sei lá que filme que era) e então chegou a tão esperada hora do GP do japão. E dessa vez até minha mãe ficou acordada, mesmo dando umas "pescadas". Uma hora era ela quem me acordava, depois eu, e assim foi. Lembro que o GP não seria muito fácil para Senna, que deixou Berger escapar na ponta e ficou segurando Nigel Mansell. A corrida poderia até ter sido mais espetacular e emocionante, mas não demorou muito para o afoito inglês errar e dar adeus ao título, o que não era a primeira vez. Mas aquele campeonato não foi bem assim, Ayrton venceu corridas espetaculares como Interlagos, sofreu acidentes como no México e em um teste em Hockeinheim e brigou com o carro em várias outras, na tentativa de superar as Williams, que se mostravam cada vez mais fortes ao longo do campeonato. Ao final de tudo, depois de tanta batalha, Ayrton ainda disse que este foi o melhor de todos. Infelizmente foi o último, mas quem se importa? Foi o melhor e pronto!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Luto




Ontem eu estava pensando no que escrever, após assistir à Formula 1. Embora o GP da Coréia tenha tido boas disputas, eu não queria falar sobre as mesmas coisas de sempre, como o domínio de Vettel, a má fase da Ferrari e coisas do gênero. Como meu tempo é curto, pensei em esperar a Indy, que prometia uma grande festa antes de iniciar a nova fase da categoria, embora a corrida de Las Vegas não tenha saído como planejada. Chegou-se a cotar Kimi Raikkonen, Jacques Villeneuve e até mesmo Alessandro Zanardi, mas acabou que o único convidado foi Dan Wheldon, que seria o único que poderia levar os 5 milhões por conta da vitória em Indianápolis, que venceu num dos maiores golpes de sorte da história, embora tenha mostrado competência. Wheldon, aliás, estava para retornar à categoria no próximo ano, com a vantagem de ter sido o piloto de testes do novo chassi. Teria tudo para começar bem o ano, por ter mais bagagem do que o resto do grid com o novo pacote.
Neste ano voltei a acompanhar a Indy um pouco mais, apesar da transmissão precária e da falta de informação de horários. Pelo menos acompanhei os tapes e as notícias da Internet, e estava gostando do que estava vendo. Pensei então que seria legal escrever sobre uma possível grande corrida em Las Vegas.
A corrida começou como sempre, com os carros disputando as curvas a quase 400 por hora, em uma despedida do já obsoleto chassi Dallara. Mas a corrida durou muito pouco. Na volta 11, dois carros se tocaram (para ser sincero, nem vi quem bateu em quem, só vi dois carros se tocando e uma reação em cadeia se iniciar) e provocaram o que chamam de Big One, na NASCAR, envolvendo 15 carros. O acidente foi horrível. Carros voando e se chocando contra o muro, várias bolas de fogo e pouca coisa podia ser identificada. No replay, era possível ver que um dos últimos carros a entrar na batida foi o de Dan Wheldon, que decolou, girou e bateu forte contra o alambrado, retornando à pista totalmente destruído.
O resgate foi delicado e acompanhado apreensivamente pelos pilotos, que foram afastados do local. Pouco depois, foi confirmada a morte do inglês de 33 anos, o que fez com que os pilotos decidissem em não voltar para a pista, visivelmente emocionados.
O esporte a motor é um esporte de altíssimo risco, disso todo mundo sabe. Mas, por mais que se tenha essa consciência, jamais nos acostumamos com as tragédias. Neste ano perdemos por aqui Gustavo Sondermann, porém nunca ninguém entra em um autódromo (seja para pilotar, trabalhar ou assistir) esperando pela morte de alguém. E quando esse alguém tem tanto talento e carisma, torna tudo ainda mais difícil. É nessa hora que todo mundo pára e reflete sobre o sentido de tudo isso, mas a paixão acaba por superar traumas e medos, e dentro de alguns dias (no máximo meses), todos voltam à pista para superar os limites do homem e da máquina. Exatamente como Wheldon soube fazer tão bem em sua carreira.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Retrato de uma temporada



Não havia muito que incentivasse qualquer um que fosse a permanecer acordado na madrugada de sábado para domingo para assistir ao GP de Suzuka. Não foi como em GP’s passados, onde o circuito japonês foi palco de disputas acirradas. A única coisa que poderia acontecer seria um problema com Vettel que empurrasse a decisão para, no máximo, o próximo GP. E não aconteceu.
Na pista, o retrato de uma temporada: O alemão dominou a maior parte do GP, Button era o único a lhe fazer frente e mais uma vez Felipe Massa e Lewis Hamilton se encontrando pela pista. O inglês parece ter abandonado toda a sua genialidade para jogar pontos fora, como o fez em toda a temporada. Mark Webber, não apareceu nem para dar um oi, e Fernando Alonso vivendo seu momento Barrichello, brigando por um mero pódio.
Mas nada disso desmerece o desempenho de Vettel na temporada. O impressionante amadurecimento do alemão, que no ano passado cometeu vários erros, justifica sua genialidade. E, como eu já disse, não dá para dizer que o mérito é somente do carro, pois seu companheiro de equipe em nenhum momento foi capaz de oferecer-lhe risco, como no ano passado.

Jenson Button mais uma vez foi eficiente, aproveitando a oportunidade para vencer mais uma etapa. Nada mal para alguém que já foi considerado o pior campeão da história, uma das mais injustas afirmações já feitas. Button, aliás, justifica a filosofia da rival Ferrari, em dar preferência a apenas um piloto. Talvez se a política fosse adotada em Woking, o campeonato talvez não tivesse todo um rumo diferente, mas pelo menos duraria um pouco mais.
Agora é apenas cumprir tabela, tenho quase certeza de que o vice será de Button, restando à Lewis, Fernando e Mark lutarem pelo terceiro posto, com inglês jogando pontos fora, Webber escondidinho e Alonso se aproveitando da situação. Esse é apenas o retrato de uma Formula 1 onde a única coisa interessante é o talento de Vettel, e a expectativa de quanto tempo ele precisará para bater Schumacher. Pelo menos, teremos no mínimo 5 temporadas de expectativa...

1
Jenson BUTTON
McLaren Mercedes
ING
1:30:53.427
53 voltas





2
Fernando ALONSO
Ferrari
ESP
+1.160





3
Sebastian VETTEL
Red Bull Renault
ALE
+2.006





4
Mark WEBBER
Red Bull Renault
AUS
+8.071





5
Lewis HAMILTON
McLaren Mercedes
ING
+24.268






6
Felipe MASSA
Ferrari
BRA
+27.120






7
Michael SCHUMACHER
Mercedes
ALE
+28.240






8
Sérgio PÉREZ
Sauber Ferrari
MEX
+39.377






9
Vitaly PETROV
Renault
RUS
+42.607






10
Nico ROSBERG
Mercedes
ALE
+44.322